Especialistas da ONU em direitos da criança pedem que raparigas grávidas ou vítimas de estupro não sejam consideradas “uma vergonha” para suas famílias; governo elogiado por compromissos neste campo.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Comité das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança fez uma revisão do relatório preparado pelo governo da Serra Leoa. Ao apresentar o documento, em Genebra, a ministra do Bem-Estar Social e Assuntos da Criança, Sylvia Olayinka Blyiden, garantiu que é prioridade do governo defender os direitos dos menores de idade do país.
Segundo a ministra, o presidente Ernest Koroma a escolheu para o cargo devido à sua “dedicação e ativismo contra a mutilação genital feminina”. A representante do governo afirmou que as crianças da Serra Leoa têm uma voz “nas decisões nacionais”.
Vergonha
Por sua vez, o Comité da ONU elogiou o compromisso do país em promover e proteger os direitos das crianças. Mas, ao mesmo tempo, os especialistas afirmaram ter “sérias preocupações” sobre a prática da mutilação genital feminina, violência de género e acesso desigual à educação.
Vários integrantes do comité falaram sobre a preocupação com as raparigas grávidas, a incluir vítimas de estupro. Segundo eles, essas jovens “são consideradas uma vergonha para a sociedade e para as suas famílias”.
Direitos
Os especialistas explicaram ser importante que o governo da Serra Leoa reconheça que essas raparigas não são motivo de vergonha e que “têm o direito de frequentar a escola durante a gravidez”.
O comité avalia também que o país precisa de um sistema de coleta de dados mais eficiente, assim como fornecer cuidados apropriados para as crianças com algum tipo de deficiência.