Major nigerina Aichatou Ousmane Issak é eleita Defensora Militar de Género do Ano; prémio reconhece dedicação e esforços de capacetes azuis para que mulheres tenham papel na consolidação da paz.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Uma antiga soldado de paz nigerina foi escolhida como Defensora Militar de Género do Ano da ONU. A major Aichatou Ousamane Issak foi reconhecida por integrar perspectivas de género nas atividades de manutenção da paz quando servia à Missão das Nações Unidas no Mali.

Após receber o prémio, em Londres, a major Issak declarou estar “muito satisfeita e grata pelas Nações Unidas e muito feliz em nome de todas as mulheres”.

Resolução

A distinção foi entregue pela ONU pela primeira vez. O objetivo do prémio é reconhecer “a dedicação e o esforço de capacetes azuis na promoção dos princípios da resolução 1325 do Conselho de Segurança”.

Essa resolução tem em vista chamar a atenção para a situação das mulheres em conflitos armados e o seu papel para o alcance da paz e da segurança. O texto foi adotado em 2000 e destaca a importância da participação das mulheres como agentes para a prevenção e resolução de confrontos.

Comunidades

Nove missões de paz indicaram soldados para receberem o prémio. Segundo o Departamento de Operações de Paz da ONU, a major Isaak se destacou pelo seu trabalho no Mali, em especial na região de Gao, onde serviu numa unidade de cooperação civil-militar.

A premiada desenvolveu projetos que beneficiaram a população. As patrulhas, antes formadas apenas por homens, ficaram mais acessíveis às mulheres e às crianças. A major treinou oficiais e teve contacto directo com as mulheres das comunidades.

Ministros

Com 42 anos e mãe de três filhos, Isaak explica que colocar mulheres nas patrulhas foi importante. Em Gao, por exemplo, homens não tem acesso às casas em respeito à religião muçulmana. Assim, as capacetes azuis mulheres puderam ir até as comunidades e conversar com as famílias sobre necessidades prioritárias.

A premiação foi realizada na véspera de uma reunião ministerial sobre as forças de paz da ONU, que começa esta quinta-feira em Londres.