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ONU alerta: impasse nas negociações faz violência aumentar na Síria

ONU alerta: impasse nas negociações faz violência aumentar na Síria

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Presidente da Comissão de Inquérito sobre o país divulgou novo relatório em Genebra; professor brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro afirmou que “os ataques e cercos contra civis dão poucas esperanças de uma paz duradoura no país”.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O presidente da Comissão de Inquérito sobre a Síria, Paulo Sérgio Pinheiro, afirmou esta terça-feira que o “impasse nas negociações faz a violência aumentar no país”.

A conclusão consta do 12º relatório da Comissão, divulgado em Genebra, que cobre a situação na Síria entre janeiro e julho deste ano.

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Em entrevista à Rádio ONU, de Genebra, Paulo Sérgio Pinheiro deu detalhes sobre o documento.

“A maior novidade desse relatório é uma questão da dimensão do desastre que está ocorrendo. E aí, a consequência é a dificuldade enorme de se chegar a um cessar-fogo. Neste momento, o secretário de Estado, (John) Kerry e o ministro das Relações Exteriores da Federação Russa, (Sergei Lavrov) continuam conversando para tentarem acertar as pontas em relação a um acordo. Mas é uma tarefa muito difícil porque você tem mais de 20 países envolvidos no conflito.”

Segundo Pinheiro, “os grupos de um lado e do outro continuam recebendo apoio militar para continuar o combate”.

Situação Dramática

“Então é uma situação extremamente dramática mas com uma pequena fresta, uma brecha, para retomar a negociação se os Estados Unidos e a Federação Russa chegarem a um acordo.”

O presidente da Comissão de Inquérito disse ainda que “os ataques implacáveis e os cercos contra civis não mostram nenhum sinal de redução, dando à população pouca esperança de alcançar uma paz duradoura no país”.

O relatório mostrou que a violência atingiu níveis sem precedentes em Alepo, com as partes em conflito lutando por mais controle no leste da cidade.

Paulo Sérgio Pinheiro afirmou que “a intensificação dos ataques a hospitais, maternidades e clínicas pediátricas” representa um desrespeito flagrante da lei humanitária internacional.

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Criança em frente aos destroços de sua escola na vila Ainjara, zona rural de Alepo, na Síria. Foto: Unicef/Khalil Alshawi