Chefe de ajuda humanitária preocupado com áreas sitiadas na Síria
Stephen O’Brien citou como exemplo a evacuação de Daraya nos últimos dias 26 e 27; decisão foi tomada entre governo sírio e representantes da cidade sem consultar as Nações Unidas.
Mônica Grayley, da Rádio ONU.
O subsecretário-geral para Assuntos Humanitários da ONU emitiu um comunicado manifestando extrema preocupação com a situação de áreas sitiadas na Síria e da cidade de Daraya, que estava cercada desde 2012.
Stephen O’Brien disse que a decisão de evacuar os civis de Daraya no fim deste mês não contou com a participação das Nações Unidas. A ONU foi avisada do acordo durante a madrugada, poucas horas antes do início da operação.
Restrições
Segundo o chefe de ajuda humanitária, o acordo foi selado entre o governo sírio e representantes de Daraya. Há relatos de que muitos sírios sitiados tiveram que comer grama para sobreviver.
Daraya ficou à mercê de combatentes rivais e de bombardeios durante os últimos quatro anos. Foram impostas restrições ao direito de ir e vir e à entrada de bens comerciais e humanitários.
A ONU tem trabalhado no terreno a pedido do governo sírio e do povo de Daraya. Mas segundo O’Brien, os acordos fechados para realizar a evacuação não cumprem as leis humanitárias e o direito internacionais.
Precedentes
Ele afirmou que todos os cercos, que são uma tática medieval, e devem ser suspensos. O’Brien também disse que a saída dos civis de Daraya, e a forma como foi realizada, não deve servir de precedentes para outras tentativas de evacuação na Síria.
Segundo o subsecretário-geral da ONU, é fundamental que os deslocados pela violência retornem a suas casas de formas digna e voluntária.
Ele encerrou o comunicado lembrando a área de Al Waer, na cidade de Homs. Apesar do acordo de trégua temporária, cerca de 75 mil pessoas foram vítimas de bombardeios durante a semana passada, o que causou mortos e feridos.
Para Stephen O’Brien, as pessoas na Síria já sofreram demais. Ele voltou a pedir a todas as partes que suspendam, imediatamente, o cerco aos civis, incluindo as áreas de Madaya, Douma e Kefraya, entre outras.
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