Cancro em África é um problema mais das mulheres, diz chefe da Aiea
Yukiya Amano explica que combate ao cancro de mama e cervical é parte importante do trabalho da agência no continente; o director considera “uma tragédia humana” milhões de pacientes morrerem apesar de haver tratamento.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica, Aiea, está a alertar para o facto de que “em África, o cancro é mais uma questão das mulheres”. Yukiya Amano fez a declaração em Nairobi, no Quénia, durante a Cimeira Internacional Tóquio sobre Desenvolvimento Africano, Ticad.
O chefe da agência explicou que combater cancro cervical e de mama é parte importante da cooperação da Aiea com os países africanos. Amano falou a várias primeiras-damas africanas numa palestra sobre saúde materna e infantil.
Diagnóstico
Controlar o cancro em países em desenvolvimento é prioridade para a agência. Amano lembrou de “milhões de pacientes nestas nações, que morrem porque não há acesso adequado ao tratamento do cancro”.
Para o chefe da Aiea, trata-se de “uma tragédia humana” e é importante para os líderes mundiais entenderem a escala do problema. A agência tem o Programa de Ação para a Terapia do Cancro, que ajuda os países criar projetos de controlo da doença e fornecer diagnóstico e tratamento adequado, utilizando técnicas de medicina nuclear e radioterapia.
Radioterapia
Na cimeira, Amano explicou ser “crucial garantir a segurança” ao usar essas técnicas e garantir que os pacientes com cancro recebam doses corretas de radiação. A Aiea tem um meio para ajudar os países a garantir que os equipamentos de radioterapia estejam corretamente calibrados.
Segundo Yukiya Amano, países africanos estão a fazer progressos. Foram criados novos centros especializados em cancro. Oncologistas estão a retornar para casa após treinamento intensivo em outras partes do mundo.
Financiamento
Mas as necessidades ainda são muitas. Nem todos os bancos de desenvolvimento e organizações que podem fornecer financiamento estão cientes da seriedade do problema do cancro em África.
Durante a Cimeira sobre Desenvolvimento Africano, encerrada no domingo, o Banco Mundial e o Fundo Global de Combate à Sida, Tuberculose e Malária se comprometerem em investir US$ 24 mil milhões nos próximos cinco anos. O dinheiro será utilizado para melhorias no sector de saúde do continente.
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