Conselho de Segurança debate Colômbia pela 1ª vez desde criação da Missão
Representante especial do secretário-geral no país participou do encontro a portas fechadas; Missão política da ONU na Colômbia foi criada em janeiro; governo e Farc-EP assinaram acordo de paz nesta semana.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reuniu nesta sexta-feira para discutir a situação na Colômbia pela primeira vez desde a adoção da resolução 2261, em 25 de janeiro, que criou a Missão política da ONU no país.
A reunião, a portas fechadas, teve a participação do chefe da Missão e representante especial do secretário-geral na Colômbia, Jean Arnault.
Acordo de Paz
O mandato da Missão é monitorar e verificar a deposição de armas e coordenar um mecanismo tripartido para monitorar e verificar o fim dos combates e o acordo de cessar-fogo definitivo entre o governo colombiano e as as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo, Farc-EP.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, prometeu apoio contínuo do sistema das Nações Unidas à implementação do acordo de paz entre os dois lados.
A declaração de Ban marcou a assinatura final do tratado, ocorrida em Havana, na quarta-feira. O documento sela o fim do conflito civil mais longo do Hemisfério Ocidental, que começou em 1964. Ban afirmou que "as Nações Unidas vão apoiar a Colômbia na construção de um futuro de paz".
Drogas
Nesta sexta-feira, o Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc, saudou os dois lados pelo acordo para acabar com o conflito.
Em nota, o chefe do Unodc, Yury Fedotov, elogiou o objetivo do tratado de combater a produção ilegal de drogas, incluindo através do “desenvolvimento sustentável e inclusivo de áreas rurais marginalizadas”.
Ele afirmou ainda que a população colombiana pode contar com o apoio contínuo do Escritório na implementação do acordo.
Segundo Fedotov, em cooperação com o governo do país, o Unodc vai, entre outras ações, promover prevenção e tratamento de drogas e fortalecer a reforma da justiça criminal para combater o crime organizado, lavagem de dinheiro e corrupção, em conformidade com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Refugiados
A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, também celebrou o acordo de paz definitivo na Colômbia.
Para o Acnur, “diante a mais de 50 anos de conflito armado, este acordo constitui um passo crucial na busca de uma paz duradora na Colômbia, assim como para a estabilidade na região”.
Em nota, a agência elogiou o que chamou de “vontade política demonstrada por todas as partes ao longo das negociações”.
Segundo o chefe do Acnur, Filippo Grandi, “este é um acordo histórico, que aproxima a possibilidade de oferecer soluções reais para milhares de pessoas deslocadas e afetadas por estas décadas de guerra".
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