Em comunicado, Ahmed Shaheed voltou a pedir que o país adote uma moratória e que restrinja o uso da pena de morte apenas aos crimes mais sérios, como por exemplo homicídio doloso.

Mônica Grayley, da Rádio ONU.

Um relator de direitos humanos emitiu um comunicado, nesta sexta-feira, pedindo ao Irã que suspenda 12 execuções de pena de morte, marcadas para este sábado 27 de agosto.

O relator especial sobre a situação dos direitos humanos no Irã, Ahmed Shaheed, quer que o Irã não execute Alireza Madadpour e outras 11 pessoas.

Solitárias

No útimo dia 24, o grupo foi condenado à morte por crimes relacionados a drogas. Eles foram todos transferidos de solitárias para a Prisão Central de Karaj.

Num dos casos, o de Alireza Madadpour, ele foi julgado pelo Tribunal Revolucionário da cidade em 17 de julho de 2012. O reu havia sido preso meses antes, em posse de 990 gramas de anfetaminas, encontrados durante uma busca a uma das casas que ele costumava limpar.

O advogado de defesa de Madadpour, indicado pelo Estado, jamais se reuniu com ele e todo o julgamento durou 20 minutos. O apelo de Madadpour por um perdão ou ou novo julgamento não foi aceito.

Combate

Para Shaheed, é lamentável que o governo iraniano continue executando pessoas por crimes que não podem ser considerados como os mais graves. Ele lembrou que o Irã é parte do Tratado sobre Direitos Civis e Políticos. Para o relator, é muito preocupante o fato de os tribunais do Irã continuarem sentenciando à pena de morte.

Shaheed disse ainda que autoridades do país acreditam que através de sentenças de pena de morte poderá haver um combate eficiente ao tráfico de drogas. Segundo ele, até mesmo agentes da lei já reconheceram que a medida não funciona. Ele encerrou o comunicado pedindo ao Irã que declare uma moratória e que restrinja este tipo de sentença apenas a crimes mais graves, como por exemplo, homicído doloso, quando existe a intenção de matar.