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Campanha contra Boko Haram na Nigéria expõe sofrimento dos civis

Campanha contra Boko Haram na Nigéria expõe sofrimento dos civis

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Acnur cada vez mais alarmado com a situação no nordeste do país; forças do governo tentar conter a milícia terrorista; ataques suicidas e explosões continuam e níveis de dificuldade para prestar assistência são altos.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, está cada vez mais alarmada com a situação no nordeste da Nigéria. Uma campanha militar das forças do governo tentam conter a atuação das milícias islamitas Boko Haram.

Mas o Acnur revela que a ação está a expor “níveis catastróficos do sofrimento da população”, sendo que muitos civis estão sem receber ajuda humanitária há meses.

Ataques

Enquanto avança a campanha militar, a situação no terreno continua perigosa e volátil, segundo a agência da ONU. Bombardeamentos suicidas, ataques contra civis, casas incendiadas e roubo de gado são algumas das ações.

Em 27 de julho, um comboio de carros das Nações Unidas foi atacado com explosivos improvisados e tiros. Três trabalhadores humanitários ficaram feridos. O Acnur explica que as dificuldades para entregar ajuda são enormes.

Choque

O acesso a algumas áreas não está a ser possível, mas nos estados de Borno e Yobe, o “sofrimento chega a ser chocante”. O Acnur cita relatos de violações dos direitos humanos, como assassinatos, violência sexual, desaparecimentos, recrutamento forçado e pessoas que são obrigadas a mudarem de religião.

A ajuda é necessária para um adicional de 800 mil civis, enquanto a escala de desnutrição é alta. Em Borno, quase 22 mil crianças estão vulneráveis e mais de três quartos estão órfãs.

Insegurança

A insegurança está a se espalhar para os Camarões, o Chade e o Níger. O Acnur responde à crise com o reforço de suas operações. O foco imediato são 488 mil pessoas vulneráveis no estado de Borno.

Em algumas áreas, o acesso continua impossível sem escolta militar. Dentro da Nigéria vivem mais de 2 milhões de deslocados internos. A maioria precisou fugir de casa devido ao conflito com o grupo terrorista islamita Boko Haram.

Photo Credit
Refugiada nigeriana em campo de refugiados na regiãon de Diffa. Foto: Acnur/Hélène Caux