Perspectiva Global Reportagens Humanas

Com crise financeira, agências são obrigadas a cortar porções de comida

Com crise financeira, agências são obrigadas a cortar porções de comida

Baixar

Governo do Uganda, Acnur e PMA fazem apelo aos doadores para que enviem contribuições com rapidez; 200 mil refugiados terão ajuda alimentar ou assistência em dinheiro reduzida em 50%.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

As doações em prol da assistência humanitária do Uganda precisam ser enviadas com urgência. O apelo está a ser feito pelo governo do país, pela Agência da ONU para Refugiados, Acnur, e pelo Programa Mundial de Alimentos, PMA.

A falta de dinheiro levou as entidades a diminuir a ajuda aos civis. Cerca de 200 mil refugiados que estão no Uganda terão as suas porções de comida ou a assistência em dinheiro cortadas em até 50% a partir desta semana.

Desnutrição

Com a crise no Sudão do Sul, o país recebe cada vez mais refugiados. Sem dinheiro suficiente, as agências se viram obrigadas a priorizar o atendimento para idosos, órfãos, doentes e pessoas desnutridas, que vão continuar a receber porções completas de comida.

Esses civis recebem por dia mais de 2,1 mil calorias, enquanto outros recebem dinheiro para comprar os alimentos que desejam. Por mês, o PMA necessita de US$ 7 milhões para conseguir fornecer comida aos refugiados que estão no Uganda.

Défice

Mas mesmo com o apoio de doadores, ainda existe um défice de US$ 20 milhões no orçamento, dinheiro necessário para garantir que todos os refugiados recebam porções completas de comida até o fim do ano.

O director interino do PMA no Uganda explicou que foi feito todo o necessário para evitar o corte. Mas Mike Sackett afirmou que a medida deve ser temporária, uma vez que as agências trabalham para levantar os recursos para que o volume de alimentos entregue aos refugiados volte ao normal.

Violência

Os fundos para a resposta humanitária aos refugiados que estão no Uganda já estavam muito abaixo do necessário antes mesmo da nova onda de violência no Sudão do Sul, iniciada em julho. Desde então, mais de 70 mil pessoas cruzaram a fronteira para o país vizinho.

O representante do Acnur no Uganda, Bornwell Kantande, revela que nunca a comunidade internacional foi tão generosa com os refugiados, mas ao mesmo tempo, a lacuna entre o que está a ser fornecido e a quantidade ideal de ajuda nunca foi tão grande.

O Uganda é o terceiro país de África que mais recebe refugiados e na escala mundial, fica em oitavo lugar.

Photo Credit
Refugiados no Uganda. Foto: Acnur/L.Beck