OMS ajuda a conter surto de cólera que matou 13 na República Centro-Africana
Centro de tratamento recebe pacientes na capital Bangui; casos também foram registados nas cidades de Djoujou e Damara; agência quer mais recursos para reforçar a vigilância e ajudar a restabelecer serviços sanitários.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, confirmou esta sexta-feira que um surto de cólera matou 13 pessoas na República Centro-Africana e há 46 casos comprovados em três cidades.
Depois da existência da doença ter sido declarada pelo governo na quarta-feira, a agência ajuda a tratar os pacientes na capital Bangui e nas áreas de Djoujou e Damara.
Guerra e Deslocamento
Há casos em regiões ao longo das margens do rio Oubangui, que faz fronteira com a província de Equador a norte da República Democrática do Congo, RD Congo. O primeiro caso foi registado num paciente que viajou para o país, onde a doença é endémica.
O representante da OMS na República Centro-Africana, Michel Yao, disse esse facto “agrava as necessidades de segurança sanitária preocupantes para os que já sofreram os efeitos da crise humanitária prolongada devido à guerra e ao deslocamento”.
Controlo
A agência está a ajudar as autoridades na resposta ao surto nas províncias congolesas de Equador, Tshopo e Mongala.
Em território centro-africano, a agência e o Ministério da Saúde e Saneamento da RD Congo ativaram um centro de comando para controlar a cólera com apoio de parceiros humanitários.
Vários grupos fazem a gestão de casos e ações de vigilância, entrega de água, higiene e saneamento, além da divulgação de riscos, mobilização, logística, segurança e gestão de corpos.
Estação Seca
Os pacientes em Bangui são tratados num centro estabelecido com o apoio da OMS, com equipamento que já estava preparado para tratar cólera na estação chuvosa.
Yao disse que a crise e a insegurança em algumas áreas centro-africanas pioraram ações de vigilância das doenças, essenciais para permitir uma deteção precoce e resposta eficaz a surtos como a cólera.
O responsável disse haver uma necessidade urgente de mais recursos para reforçar a vigilância das enfermidades e ajudar a restabelecer serviços de saúde num país com muitas ameaças à saúde pública.
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