FAO quer US$ 108 milhões para ajudar famílias vulneráveis na África Austral8
Investimento deve servir para agricultores e pastores de gado no período de escassez até março de 2017; meta é melhorar acesso à comida, melhorar a produção e a análise de dados sobre o El Niño e La Niña.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Cerca de US$ 108 milhões são necessários para ajudar a mais de 3,4 milhões de famílias vulneráveis de agricultores e pastores de gado da África Austral, até março do próximo ano.
São pelo menos 19 milhões de pessoas a serem cobertas pelo Plano de Resposta ao El Niño da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO.
Disparidades
Os valores devem ajudar a reduzir as disparidades de acesso aos alimentos, melhorar a oferta de comida nutritiva além de proteger e melhorar a criação de gado.
A FAO pretende também reforçar o sistema de coordenação, informação e análise dos fenómenos climáticos El Niño e La Niña e atividades de agricultura em todos os níveis.
A seca intensa na África Austral piorou nos primeiros momentos da campanha agrícola 2015/16. A situação foi agravada pelo desempenho lento na economia de alguns países e a depreciação de moedas nacionais.
Insegurança Alimentar
Análises preliminares indicam que 39,7 milhões de pessoas devem sofrer insegurança alimentar aguda na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, Sadc, durante a época de escassez entre janeiro e março de 2017.
O número poderá mudar após as avaliações que decorrem em Angola, Moçambique, República Democrática do Congo, Madagáscar e Tanzânia.
Apesar do fenómeno El Niño estar no fim, o seu impacto continua a ser sentido esperando-se um agravamento em toda a África Austral.
Populações
Os efeitos sobre a segurança alimentar e a produção agrícola na região são graves e o resultado da seca e da insegurança alimentar deve atingir o pico entre outubro e março de 2017. Pelo menos 70% da população depende da agricultura para a sua subsistência na região.
Angola e Moçambique também tiveram um grande défice de água tal como ocorreu no Botsuana, em Madagáscar, no Malaui, na África do Sul, na Zâmbia e no Zimbabué. A época de chuvas, entre novembro de 2015 a abril de 2016, foi a mais seca dos últimos 35 anos.
A seca teve um impacto negativo para a segurança alimentar e a nutrição a médio e longo prazo na África Austral. Mais de 30 milhões de pessoas já enfrentam insegurança alimentar na sequência das más colheitas desde 2014.
*Apresentação: Michelle Alves de Lima.