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“Apenas 1 em cada 100 pessoas” é resgatada do tráfico humano

“Apenas 1 em cada 100 pessoas” é resgatada do tráfico humano

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Informação é chefe do Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc, em Nova York; para o diretor-geral da agência, este é um “crime parasita”; 30 de julho é o Dia Mundial de Combate ao Tráfico de Pessoas.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

“Apenas 1 em cada 100 pessoas é resgatada do tráfico humano”, de acordo com a chefe do Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc, em Nova York.

Simone Monasebian disse à Rádio ONU que “todos os países são destino, trânsito ou origem” do tráfico humano, um “negócio” que movimenta “bilhões de dólares”. Este sábado, 30 de julho, é o Dia Mundial de Combate ao Tráfico de Pessoas.

Brasil

De Brasília, o analista de programa do Unodc no Brasil, Gilberto Duarte, falou sobre as ações que a agência tem feito para combater o crime no país. Ele afirmou que o Unodc vem trabalhando com o governo brasileiro no área desde 2002.

“Ultimamente nós temos feito uma série de treinamentos (...) além disso, nós contamos com a Ivete Sangalo, como embaixadora da Boa Vontade, que nos ajuda a disseminar mensagens de prevenção ao tráfico de pessoas. Nós destacamos também a semana de mobilização que acontece todos os anos na semana do dia 30 de julho. Esta semana, por exemplo, a Defensoria Pública da União lançou aqui no Brasil um concurso de redação, em parceria com o Unodc e outras instituições, que é voltado para estudantes de escolas públicas.”

Para o especialista, essa é uma forma “muito interessante de levar o tema para debate nas escolas”.

Crime Parasita

Para o diretor-executivo do Unodc, o tráfico humano é um “crime parasita que se alimenta de vulnerabilidade, prospera em tempos de incerteza e lucra com inação”.

Em mensagem sobre a data mundial, Yury Fedotov afirmou que “criminosos se aproveitam de pessoas passando necessidade e sem apoio e vêem os migrantes, especialmente crianças, como alvos fáceis para exploração, violência e abuso”.

Crises Humanitárias

Fedotov ressaltou que “conflitos armados e crises humanitárias expõem as pessoas presas no fogo cruzado a um risco maior de serem traficadas para exploração sexual, trabalho forçado, remoção de órgãos, servidão e outras formas de exploração”.

Segundo o chefe do Unodc, o relatório do Escritório, que será lançado este ano, destaca a ligação entre o tráfico humano e os fluxos de refugiados de países incluindo Síria a Eritreia e envolvendo refugiados Rohingya do Mianmar e Bangladesh.

Fundo e Convenção

Fedotov pediu aos governos que ratifiquem e implementem a Convenção da ONU contra o Crime Organizado Transnacional e seus protocolos sobre tráfico e contrabando de migrantes para proteger as vítimas e promover a cooperação internacional necessária para levar os criminos à justiça.

Ele também fez um apelo a governos, empresas e indivíduos que apoiem o Fundo Voluntário da ONU para as Vítimas do Tráfico de Pessoas.

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Foto: Unodc - Ilustração: Rádio ONU