Moçambique: metade das meninas entre 15 e 19 anos não sabe ler nem escrever
Unfpa quer apoio conjunto para empoderamento das meninas; grupo é foco das comemorações do Dia Mundial da População em 2016; mais de 22% destas foram vítimas de violência física.
Ouri Pota, da Rádio ONU em Maputo.
O Fundo das Nações Unidas para a População, Unfpa, quer ajudar a empoderar a rapariga em Moçambique onde o grupo apresenta altas taxas de analfabetismo.
Uma nota da agência destaca que metade das raparigas de idades entre os 15 e 19 anos não sabe ler, nem escrever. Uma em cada duas meninas casa-se antes dos 18 anos.
Investimento
As Nações Unidas definiram como lema o investimento nas raparigas para este 11 de julho, Dia Mundial da População.
A ideia é chamar atenção para a necessidade de se investir mais no potencial da rapariga com vista a eliminar as desigualdades entre homens e mulheres na sociedade e travar o ciclo de pobreza.
Em conversa com a Rádio ONU em Maputo, a representante do Unfpa em Moçambique, Betina Maas, disse haver muitas possibilidades para o grupo.
Potencial
“Estamos a ver que dentro da Agenda da População temos que chamar atenção para o tema do empoderamento da rapariga para toda a sociedade perceber a necessidade de se investir mais no seu potencial como forma de eliminar desigualdades entre homens e mulheres na sociedade e para facilitar o potencial de cada rapariga.”
Apesar de progressos que se registam em Moçambique no investimento da rapariga, a representante do Unfpa, Bettina Maas, afirma que os desafios são contínuos.
Escola Secundária
“Ainda vemos que entre as raparigas o analfabetismo é muito maior que entre os rapazes. Sabemos que 1,2% tem a escola secundária completa. As raparigas estão expostas ao abuso sexual, maior índice de HIV, gravidez precoce e também um alto índice de casamento prematuro.”
O Unfpa destaca que 22,4% das raparigas e adolescentes entre 15 e 19 anos já foram vítimas de violência física em Moçambique.
A nível global, a agência apoiou 11,2 milhões de raparigas de idades entre 10 e 19 anos a ter acesso aos serviços de saúde sexual e reprodutiva e informação em 2015.
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