OMS fala em possíveis surtos de doenças devido à crise em Falluja
Crianças da cidade iraquiana podem estar com a imunidade baixa, já que campanhas de vacinação não acontecem há dois anos; local está cercado pelo Isil; agência teme surto de sarampo.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, está muito preocupada com possíveis surtos de doenças na cidade de Falluja, no Iraque. Nesta quinta-feira, o diretor da agência para o Oriente Médio, Ala Alwan, chegou a Bagdá para acompanhar de perto a resposta à crise humanitária na região.
Mais de 42 mil iraquianos estão deslocados desde o início das operações militares, em maio. Falluja está controlada pelo auto-proclamado Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil. Milhares de civis, incluindo crianças, conseguiram fugir do cerco nas últimas semanas.
Vacinas
Mas segundo a OMS, sem acesso a serviços de saúde, a população enfrenta riscos. Ala Alwan afirma que a situação em Falluja é perturbadora. O diretor regional da OMS está preocupado especialmente com a fraca imunidade das crianças, já que não foi possível vaciná-las nos últimos dois anos.
A OMS calcula que centenas de grávidas estejam sitiadas na cidade, precisando com urgência de cuidados de saúde.
Complexidade
O diretor regional encontrou-se com autoridades do Iraque para discutir as necessidades dos deslocados e das vítimas do cerco. Falluja fica cerca de 60 km a oeste de Bagdá.
Ala Alwan declarou que “a situação é extremamente difícil e complexa. Recursos são necessários para fornecer assistência de saúde a milhares de famílias”.
Os moradores de Falluja estão enfrentando falta de comida, de medicamentos e de outros itens básicos, já que a cidade está inacessível aos trabalhadores humanitários.
A OMS está ajudando as famílias que conseguem fugir com assistência médica nos campos para os deslocados, além de ter enviado 15 toneladas de remédios para o Ministério da Saúde.
Leia e Ouça:
Mais de 1,1 milhão de pessoas precisarão ser reassentadas em 2017
"Este ainda não é o momento de retomar conversações sobre a Síria"