No Quénia, chefe do Acnur discute futuro de refugiados somalis
Filippo Grandi reuniu-se com presidente Kenyatta; recentemente, governo queniano expressou intenção de fechar campo de refugiados de Dadaab; local foi criado há 25 anos e abriga mais de 330 mil; para agência da ONU, qualquer retorno deve ser voluntário e conduzido de forma humana.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, e o presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, reuniram-se no domingo para discutir o futuro de refugiados somalis.
Recentemente, o governo queniano anunciou intenção de fechar o campo de Dadaab. Segundo a agência da ONU, o local, criado há 25 anos, abriga mais de 330 mil refugiados. Para alguns, é a “única casa que conhecem”.
Repatriação
O Acnur disse que qualquer retorno deve ser voluntário e humano.
Grandi afirmou ter ficado “feliz de ter ouvido o presidente falar, de forma enfática, que qualquer solução deve ser conduzida de forma humana, digna e que respeite princípios e leis internacionais”.
Para o alto comissário, a repatriação é “obviamente a melhor solução”.
Em 2013, o Acnur e os governos do Quénia e da Somália chegaram a um acordo para ajudar refugiados somalis a retornarem voluntariamente de Dadaab. Mais de 14 mil voltaram a seu país de origem.
Desafios
Na Somália, Grandi se reuniu com líderes, inclusive com o presidente Hassan Sheik Mohammed, e com antigos refugiados que escolheram voltar para casa, entre eles Maryan Hassan.
Ela explicou que a falta de oportunidades e a insegurança tornaram a volta difícil.
Investimento
O chefe do Acnur afirmou que o retorno deve ser sustentável e mencionou a necessidade de mais investimento na Somália.
Em Daddab, no Quénia, o alto comissário ouviu refugiados que, por enquanto, escolhem ficar.
Segundo a agência da ONU, muitos querem voltar à Somália, mas apenas quando for seguro para eles e suas famílias.
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