Alto comissário da ONU para os Direitos Humanos abriu sessão do Conselho em Genebra falando sobre “inferno” da situação na Síria; segundo ele, 50 países estão violando direitos humanos.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
Em discurso para marcar os 10 anos do Conselho de Direitos Humanos, o alto comissário da ONU afirmou que a habilidade da comunidade internacional de resolver conflitos está sob ataque.
Na abertura da 32ª sessão do Conselho, em Genebra, o representante afirmou que mais de “50 países estão cometendo violações dos direitos humanos, calamidades que poderiam ser prevenidas”.
Ódio
Zeid Al Hussein até questionou se ainda “existe uma comunidade internacional”.
O alto comissário lamentou que o ódio esteja se espalhando pelo mundo e que “muros que atormentaram gerações do passado estejam retornando”.
No Conselho de Direitos Humanos, ele lamentou que alguns países tenham ameaçado sair da ONU ou tirar o apoio ao Tribunal Penal Internacional.
Lista
Zeid fez um apelo em prol da libertação de todos os prisioneiros políticos do mundo e ameaçou publicar a lista, em setembro, dos países que se recusam a cooperar com o Escritório de Direitos Humanos da ONU.
Zeid Al Hussein falou também sobre a piora do desastre na Síria.
Segundo ele, todos ficam “perturbados com o inferno em que a Síria se tornou” e que para ele, informar, mês a mês, grupos sobre o país já virou algo “grotesco”. Para Zeid, coletar e analizar informações tão apavorantes e depois reportá-las deveria causar uma ação, mas quando isso simplesmente se acumula e acaba por se dissipar nos “corredores do poder”, as pessoas se sentem impotentes.
ODS
O alto comissário revelou que esses dados se acumulam “nos corredores do poder”, e todos se sentem “desamparados no meio do horror”.
Sobre a questão do desenvolvimento sustentável, Zeid Al Hussein pediu aos países para promoverem as metas de forma mais eficaz, transparente e inclusiva.
África
O alto comissário está muito preocupado com o conflito no Iêmen, que começou há um ano e já matou 9,7 mil pessoas. Cerca de 80% da população do país precisa de algum tipo de assistência, mas a entrega de ajuda é muitas vezes impedida pelas partes em conflito.
Vários países na África também foram destaque do discurso de Zeid Al Hussein. A República Centro-Africana, por exemplo, foi elogiada pela “transferência pacífica de poder ao novo presidente eleito”, o que ocorreu em março.
Por outro lado, conflitos no Sudão e no Sudão do Sul continuam preocupando, assim como as violações de direitos humanos na República Democrática do Congo.
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