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Cruz Vermelha pede aumento imediato no combate à febre amarela em Angola

Cruz Vermelha pede aumento imediato no combate à febre amarela em Angola

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Segundo OMS, país lusófono tem cerca de 2,9 mil casos suspeitos notificados em todas as 18 províncias com 325 mortes.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Cruz Vermelha está preocupada com a transmissão em curso de febre amarela em Angola e está a pedir uma aumento imediato na resposta.

A diretora da instituição para a região africana, Fatoumata Nafo-Traoré, fez um alerta. Para ela, “suprimentos limitados de vacinas, saneamento precário, sistemas inadequados de vigilância da doença e interação diária através das fronteiras podem transformar um surto nacional em uma crise maior”.

Comunidades

Para que isso seja evitado, a representante defendeu ação imediata baseada nas comunidades.

O surto foi detetado em Angola inicialmente no fim de dezembro de 2015. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, OMS, desde então, cerca de 2,9 mil casos suspeitos foram notificados em todas as 18 províncias, com 325 mortes.

Dos cinco países que registaram casos de febre amarela importados de Angola, Congo e República Democrática do Congo estão atualmente a presenciar surtos com transmissão local.

Vacinas

Nafo-Traoré afirmou que as vacinas são a “primeira, e melhor, linha de defesa”.

No entanto, devido ao suprimento limitado de vacinas para a febre amarela globalmente, a representante defendeu ser preciso priorizar o envolvimento comunitário como uma ferramenta vital para evitar maior propagação da doença.

Internacional

A Cruz Vermelha enviou equipas e recursos para Angola e República Democrática do Congo.

Em Angola, trabalho no terreno também está a ser realizado pela OMS, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e outros parceiros.

Segundo a Cruz Vermelha, relataram casos de febre amarela confirmados de terem vindo de pessoas que viajaram a Angola: 88 no Congo, 44 na República Democrática do Congo, 11 na China e dois no Quénia e em São Tomé e Príncipe.

Fronteiras

O coordenador para Saúde da Cruz Vermelha em África, Adinoyi Adeiza, expressou “extrema preocupação” com a propagação do surto, especialmente a países que fazem fronteira com Angola como Namíbia e Zâmbia.

Segundo Adeiza, pessoas que não foram vacinadas a viajar através das fronteiras podem representar um “risco significativo”.

De acordo com a Cruz Vermelha, a febre amarela é endémica em 47 países em África e nas Américas Central e do Sul. Cerca de 90% dos casos são registados em África Subsaariana.

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