Ações ocorreram na sexta-feira, domingo e segunda-feira; agência da ONU para Refugiados enviará uma equipa de emergência para a região esta semana.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Dezenas de milhares de pessoas fugiram de suas casas no sudeste do Níger após uma série de ataques do movimento islamita Boko Haram desde a última sexta-feira na cidade de Bosso, na região de Diffa.
As ações ocorreram na sexta-feira, domingo e segunda-feira. Segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, desde esta manhã a situação na cidade não está clara.
Trauma
A agência da ONU calcula que 50 mil pessoas fugiram do ataque de sexta-feira, principalmente andando para a aldeia de Toumour, há cerca de 30 quilómetros a oeste de Bosso.
Muitas estão traumatizadas e preocupadas com sua segurança. Pessoas estão a dormir a ceu aberto e precisam urgentemente de abrigo e outros itens de assistência.
Situação Humanitária
No último mês, o Acnur alertou que a situação humanitária e de segurança estavam a piorar na região de Diffa.
A agência está a trabalhar com autoridades e parceiros em uma resposta ao deslocamento e enviará uma equipa de emergência para a região esta semana.
Escalada da Violência
A violência em Bosso e ao redor subiu durante o mês de maio, incluindo um ataque em 31 de maio na cidade de Yebi que deixou nove mortos e forçou cerca de 15 mil a buscarem abrigo em Bosso.
Muitas pessoas haviam sido retiradas das ilhas do Lago Chade no ano anterior por questões de segurança.
Alguns dos deslocados saíram de Toumour e estão a caminho da cidade de Diffa, localizada a cerca de 140 quilómetros a oeste de Bosso, e ao norte para Kabelawa, onde um campo para deslocados internos está próximo de alcançar sua capacidade máxima de cerca de 10 mil pessoas.
Para o Acnur, o bem-estar dessas pessoas e de outras forçadas a fugir da violência de Bosso é uma “grande preocupação”.
Assistência
Desde fevereiro do ano passado, o Acnur está a fornecer proteção e assistência aos deslocados em Bosso através de ONGs parceiras.
Há pelo menos 240 mil desalojados na região de Diffa, incluindo refugiados, pessoas que retornaram e deslocados internos. Antes dos últimos ataques a Bosso, um em cada três habitantes na região de Diffa havia sido deslocado à força.
O Acnur ressaltou que apoio adicional da comunidade de doadores é “urgentemente necessário”.
A agência mencionou que os ataques em Bosso ocorreram logo antes de uma reunião de alto nível para discutir desafios de proteção na bacia do Lago Chade.
O encontro, organizado pelo governo nigeriano, tem apoio técnico do Acnur e começou na segunda-feira em Abuja.
*Apresentação: Michelle Alves de Lima.
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