No Conselho de Segurança, Ban alerta sobre violência sexual como terrorismo
Ban Ki-moon lembrou sequestro de meninas nigerianas em 2014 como um dos exemplos “mais terríveis”; prática também seria usada para atrair combatentes e fazer dinheiro.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, participou de um debate no Conselho de Segurança sobre violência sexual em conflito e alertou para o “aspecto perturbador” da prática como “tática de terrorismo”.
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Para Ban, “o sequestro de mais de 200 meninas em Chibok, na Nigéria”, em 2014, é um dos exemplos mais terríveis do uso da violência sexual como tática de terrorismo.
Depressão
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O secretário-geral pediu a libertação imediata de todas e apoio para as que já conseguiram escapar do cativeiro e que podem sofrer de isolamento social e depressão.
Ele alertou que mulheres e homens, meninas e meninos sequestrados sofrem traumas terríveis, mencionando violência física e sexual, casamento infantil e forçado além de escravidão sexual.
Pagamento de Resgate
Ban citou que os movimentos islâmicos Daesh, Boko Haram e outros grupos extremistas estão usando a violência sexual como meios para atrair e reter combatentes e também para fazer dinheiro.
Ele citou cálculos de que a comunidade cristã Yazidi tenha dado ao Daesh até US$ 45 milhões em resgates apenas em 2014.
Mulheres
O secretário-geral ressaltou que o envio de mulheres como conselheiras para proteção a missões políticas e de paz fortaleceu o monitoramento, análise e comunicação de violência sexual em conflitos, entre outras ações.
Segundo ele, estes são passos vitais na direção de prestação de contas.
Grave Violação
Ban defendeu ainda que a violência sexual é uma ameaça à paz e segurança internacionais, uma grave violação das leis humanitária e de direitos humanos e um grande impedimento à reconciliação pós-conflito e ao desenvolvimento econômico.
Ele destacou ainda diversas resoluções do Conselho de Segurança que confirmam a violência sexual inclusive como “crime de guerra”.
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