Ban diz que liberdade de ONGs está sob ameaça
Secretário-geral fez a declaração esta segunda-feira durante abertura da 66ª Conferência da ONU DPI/ONGs, na Coreia do Sul; ele citou negativa dos Estados-membros em conceder "status" de consultor ao Comitê para Proteção de Jornalistas.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou que a liberdade de trabalho das organizações não governamentais, ONGs, está ameaçada, incluindo dentro das Nações Unidas.
Em discurso, esta segunda-feira, na abertura da 66ª Conferência da ONU DPI/ONGs, em Gyeongju, na Coreia do Sul, Ban disse que está "decepcionado com os Estados-membros do Conselho Econômico e Social, Ecosoc, por terem negado o "status" de consultor ao Comitê para a Proteção de Jornalistas.
Lgbt
Ele foi contra também a decisão de excluir organizações que apoiam as causas de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros, Lgbt, da próxima reunião de alto-nível sobre "eliminação da Aids".
Segundo o chefe da ONU, essas ONGs estão bem próximas das comunidades e grupos afetados pela epidemia e devem fazer parte da resposta contra a doença.
Ban pediu aos Estados-membros que "parem de restringir o trabalho dessas organizações". Para ele, as Nações Unidas devem fornecer "uma grande tenda sob a qual todos tenham liberdade de movimento".
Agenda 2030
O secretário-geral explicou que essa foi a ideia usada para criar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e o Acordo de Paris sobre Mudança Climática. Segundo Ban Ki-moon, as ONGs são cruciais para o sucesso dos acordos.
Ele disse que as organizações não governamentais estão "na vanguarda das ações internacionais". Ban afirmou que durante toda a história, "quando governos chegam a um impasse, as ONGs trabalham para solucionar o problema".
Ele declarou que "sem a participação das ONGs e grupos da sociedade civil, nenhuma iniciativa pode ser alcançada".
Ban disse acreditar no papel dessas organizações e pede, constantemente aos governos que ampliem os espaços políticos, sociais e econômicos para que as ONGs possam trabalhar livremente, sem qualquer limitação.