Relatores de direitos humanos pedem às autoridades da Etiópia e do Sudão do Sul para aumentarem esforços em relação ao caso; foram 146 meninas e meninos sequestrados por homens armados há mais de um mês.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Dois relatores da ONU para direitos humanos fazem um novo apelo pela libertação das crianças sequestradas por homens armados em Gambella, região a oeste da Etiópia.

Em 15 de abril, 208 pessoas foram assassinadas quando homens do grupo étnico Murle cruzaram a fronteira da Etiópia e atacaram 13 vilarejos da etnia Nuer. Ao mesmo tempo, 146 meninos e meninas foram levados e mais de 2 mil cabeças de gado foram roubadas.

Direito à Vida

O apelo vem na sequência da libertação de 59 crianças, a maioria com menos de 13 anos, que retornaram para a Etiópia. A relatora especial da ONU sobre venda de crianças, Maud de Boer-Buquicchio, lembra que os menores necessitam de cuidados e têm o direito de serem repatriados.

Já o relator sobre execuções sumárias, Christof Heyns, destaca que autoridades da Etiópia e do Sudão do Sul têm a função de garantir o direito de todas as pessoas à vida e à segurança.

Cativeiro

Os dois especialistas elogiaram os governos pelas negociações de sucesso, que resultaram na libertação de parte das crianças. Mas os esforços não podem pôr em risco a segurança daquelas que permanecem em cativeiro.

Os ataques de abril fazem parte de confrontos étnicos e luta por gado que  decorrem desde o princípio do ano. Existe o risco de que as crianças sequestradas sejam vendidas para a exploração de trabalho.

Os relatores lembram que investigações são necessárias, para garantir que os autores dos ataques sejam levados à justiça. O receio é de que continue a piorar o ciclo da violência que afeta a região.

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