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Unfpa: líderes precisam proteger direitos das mulheres durante emergências

Unfpa: líderes precisam proteger direitos das mulheres durante emergências

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Por ocasição da Conferência Humanitária Mundial, Fundo de População das Nações Unidas apresenta dados e factos sobre mulheres e meninas no mundo; elas representam 75% das pessoas que necessitam de assistência.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O mundo está a enfrentar a pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial. Os motivos são vários: conflitos, perseguições, desastres naturais e mudança climática.

Para chamar a atenção para o problema, o secretário-geral da ONU  promove em Istambul, na Turquia, a primeira Conferência Humanitária Mundial.

Prioridade

Por ocasião da cimeira, o Fundo das Nações Unidas para População, Unfpa, divulgou uma lista com 10 factos sobre mulheres e crises humanitárias. O principal dado é que mulheres e crianças representam 75% entre 125 milhões de pessoas que necessitam atualmente de ajuda humanitária no mundo.

O Unfpa lembra aos líderes reunidos em Istambul a importância de protegerem os direitos de mulheres e meninas, que devem ser prioridade em conflitos ou desastres naturais.

Somente no ano passado, 61% das mortes maternas ocorreram em 35 países em situação de emergência. O índice é o mesmo verificado na Inglaterra entre 1800 e 1850. O Fundo da ONU destaca que em confrontos, muitos centros de saúde são destruídos, o que contribui para a taxa.

Casamentos

Durante o tsunami de 2004 na Indonésia, o índice de mortes de mulheres foi quatro vezes maior. Isso ocorre porque em emergências, as mulheres tentam garantir a segurança de sua família ao invés de fugir do perigo.

Casamento infantil é outra situação que precisa ser tratada, já que 90% dos nascimentos precoces são gerados por noivas mirins. As complicações na hora do parto são a segunda causa de mortes entre adolescentes no mundo e os riscos aumentam durante crises.

O Unfpa destaca que 35% das mulheres no mundo já sofreram alguma forma de violência de género e durante uma crise humanitária, a vulnerabilidade delas aumenta.

Alimentação

A violência sexual é também muitas vezes utilizada como arma de guerra. Somente na RD Congo, pelo menos 200 mil mulheres foram estupradas durante o atual conflito.

Garantir os direitos das mulheres é importante tema a ser tratado na Conferência Humanitária Mundial uma vez que durante emergências, as mulheres são mais propensas a sofrer de insegurança alimentar. Apesar das mulheres produzirem mais da metdade dos alimentos do mundo, elas formam 70% dos famintos.

O Unfpa destaca ainda que atualmente, mais da metade das mulheres e das meninas refugiadas estão a viver nas cidades, não nos acampamentos. Por isso é necessário garantir que tenham acesso a serviços de saúde e oportunidades para ganhar renda.

O 10º ponto apresentado pela agência também está ligado aos refugiados: o tempo médio de deslocamento dessa população, de 60 milhões de pessoas, é de 20 anos. Investir na educação e dar um senso de esperança a esses civis são factores importantes, de acordo com o Unfpa.

Um dos objetivos da Conferência Humanitária Mundial é “não deixar ninguém para trás”. O encontro de dois dias que tem como prioridade os investimentos na humanidade termina esta terça-feira.

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O Unfpa destaca que 35% das mulheres no mundo já sofreram alguma forma de violência de género e durante uma crise humanitária. Foto: Unfpa/Nake Batev