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Resiliência de pacientes com fístula impressiona chefe da ONU

Resiliência de pacientes com fístula impressiona chefe da ONU

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No Dia Internacional pelo Fim da Fístula Obstétrica, Ban Ki-moon relembra visita a hospital na Mauritânia; secretário-geral fala da dor ao saber que a condição ainda ocorre no mundo, apesar de ser prevenível e tratável.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Segundo as Nações Unidas, a fístula obstétrica é um dos ferimentos mais  graves que podem ocorrer na hora do parto. A obstrução geralmente causa incontinência urinária ou fecal e as pacientes sofrem de depressão e isolamento social.

Calcula-se que 2 milhões de mulheres sofram com a condição, moradoras da África Subsaariana, Ásia, América Latina e países árabes. Por ano, ocorrem entre 50 mil e 100 mil novos casos.

Pacientes

Para chamar a atenção para o problema, a ONU proclamou 23 de maio como o Dia Internacional pelo Fim da Fístula Obstétrica. Em mensagem, o secretário-geral lembrou de sua recente visita a Mauritânia, onde esteve com pacientes com fístula em um hospital.

Ban Ki-moon descreve ter ficado “impressionado com sua coragem e resiliência”. O chefe da ONU revela a dor profunda que sente ao saber que a condição ainda ocorre no mundo, apesar de ser possível prevenir e tratar a obstrução.

Marginalizadas

Ban lembra que mulheres e meninas pobres e marginalizadas são as mais afectadas pela fístula obstétrica, o que causa ainda mais sofrimento e isolamento.

A persistência da condição em alguns países indica que o acesso é muito fraco a serviços de saúde materna de qualidade. Para acabar com os casos, o secretário-geral pede mais investimentos em iniciativas que acabem com a pobreza, com os casamentos infantis e promovam educação e igualdade de género.

Agenda 2030

Ban Ki-moon afirma que progressos estão a ocorrer: mais de 70 mil mulheres e meninas tiveram as suas fístulas tratadas desde que foi lançada, em 2003, a campanha global para acabar com a condição. A iniciativa é do Fundo das Nações Unidas para a População, Unfpa.

Neste dia internacional, o chefe da ONU pede que a fístula acabe dentro de uma geração, de acordo com as metas previstas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

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Ban Ki-moon visita pacientes com fístula num hospital na Mauritania. Foto: ONU/Evan Schneider