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Maputo: seminário sobre património imaterial fecha com apelos por mais formação

Maputo: seminário sobre património imaterial fecha com apelos por mais formação

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Unesco apoiou evento que juntou técnicos de países lusófonos em Moçambique; temas incluíram busca de apoios e meios para concorrer à lista da convenção sobre património imaterial.

Ouri Pota, da Rádio ONU em Maputo. 

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, apoiou um encontro de técnicos lusófonos com foco no património cultural imaterial.

O apelo dos participantes da iniciativa, que decorreu durante a semana, é que haja formação para alistar o tipo de bens. A iniciativa envolveu técnicos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, Palop.

Humanidade

A Rádio ONU fechou o ciclo de conversas sobre o evento com os participantes do país anfitrião. Em Maputo, o investigador e antropólogo Marílio Wane citou a importância da inventariação para a humanidade.

“É registar a grande diversidade cultural que existe no mundo. Muitas das vezes a informação sobre essas práticas culturais não chega ao conhecimento da maioria das pessoas por influência da globalização dos meios de comunicação, até uma certa padronização dessa informação a nível mundial. Então muitas práticas culturais acabam por não ser conhecidas, e uma vez que faz-se inventários, torna-se um instrumento para que as comunidades ou até os paises chamem atenção para a importância desse património.”

Levantamento

O diretor geral do Arquivo do Património Cultural, Arpac, João Fenhane, elogiou o papel da Unesco para realizar o evento.

“A Unesco uma vez mais dá-nos o voto de confiança. Enquanto decorria este projeto, Moçambique teve o privilégio de ser o “focal point”, que formou formadores e receber esse seminário é uma hora para nós. Este seminário é muito importante na medida em que prepara os nossos técnicos para poderem fazer um levantamento de património cultural imaterial. Levantar este património de modo que ele fique alistado num quadro da Unesco, que é uma lista que salvaguarda e para que seja registado e fique permanentemente na memória dos povos.”

Logística

Wane falou ainda de um dos desafios que Moçambique enfrenta quando se fala de inventariação do património cultural imaterial.

Desafios

“Os desafios são grandes em termos de formação, capacitação e justamente por ser um país muito grande e muito diverso de ponto de vista da logística para produção desse inventário, porque é necessário não apenas criar equipe de investigadores, mas envolver essas comunidades na produção dos inventários.”

Experiências

Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Moçambique foram representados por dois participantes cada um na troca de experiências e debate sobre o futuro da área.

O evento apoiou os países nos esforços para procurar assistência internacional e concorrer para a lista da Convenção para a Salvaguarda do Património Imaterial de 2003.

Photo Credit
Abertura do encontro de técnicos lusófonos, com participação de representantes de Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Foto: Unesco