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Olimpíadas dos Indígenas têm potencial de tirar jovens da depressão

Olimpíadas dos Indígenas têm potencial de tirar jovens da depressão

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Afirmação é do líder indígena brasileiro, Marcos Terena, que revela que experiência pode ajudar a diminuir taxas de suicídio; ele apresenta na ONU resultados dos primeiros jogos mundiais, realizados no Brasil.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O líder indígena brasileiro Marcos Terena apresenta esta sexta-feira, na ONU, um balanço dos primeiros Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, evento realizado no Brasil em outubro com mais de 3 mil participantes.

Terena está em Nova York representando a associação brasileira Comitê Intertribal, no Fórum Permanente da ONU sobre Questões Indígenas, uma reunião anual na sede da organização.

Autoestima

Ao ser entrevistado pela Rádio ONU, o líder explicou que após a experiência no Brasil, a meta da comunidade é se organizar melhor para as próximas Olimpíadas, marcadas para junho de 2017 no Canadá.

Marcos Terena garante que os jogos são uma celebração e importantes para aumentar a autoestima e assim ajudar a diminuir a taxa de suicídio entre jovens indígenas.

“Para superar possíveis riscos de vícios, suicídios, creio que estamos fazendo um bom trabalho, de maneira alegre, mas positiva para combater as dificuldades dos povos indígenas no mundo contemporâneo. Nós temos três bases que são os jogos de identidade, onde cada povo apresenta a sua modalidade, que só ele pratica, para reforçar a autoestima; temos os jogos de interação, como arco e flecha, canoagem e corrida; e temos os jogos ocidentais, com futebol masculino e feminino.”

Demarcação

Segundo Marcos Terena, os indígenas também estão sofrendo com doenças do mundo Ocidental, como diabetes, acidente vascular cerebral e gripe.

Natural do Mato Grosso do Sul, o líder explicou ainda a relação entre a importância da demarcação de terras para a paz dos indígenas, que são os temas debatidos no fórum da ONU neste ano.

“Se o indígena não tem a terra demarcada, a garantia da paz, da segurança, isso faz com que a comunidade não tenha o desejo de ter filhos, não tenha a segurança de ter paz e construir sua família em seu território. Tudo foca de novo na questão básica de todos os povos, que é garantir a demarcação da sua territorialidade, do seu direito de viver como indígena.”

O Fórum Permanente da ONU sobre Questões Indígenas começou na segunda-feira e segue até o dia 20 de maio, reunindo cerca de 1 mil participantes.

Na próxima semana, uma representante do Ministério da Saúde do Brasil deve participar do encontro abordando as taxas de suicídio nas comunidades nativas.

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Indígena participando do Fórum Permanente da ONU sobre Questões Indígenas. Foto: ONU/Rick Bajornas