Assembleia Geral abriga debate sobre ameaças à paz e segurança mundiais
Vice-secretário-geral afirmou que número de guerras civis triplicou em uma década”; Jan Eliasson disse 80% das carências humanitárias são causadas por conflitos violentos.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
A Assembleia Geral das Nações Unidas realiza nesta terça-feira uma reunião de alto nível sobre ameaças atuais à paz e à segurança internacionais.
Na abertura do evento, o vice-secretário-geral das Nações Unidas, Jan Eliasson, afirmou que a “magnitude do desafio global é clara”. Segundo ele, “o número de guerras civis triplicou nos últimos 10 anos”.
125 Milhões
O vice-chefe da ONU afirmou que “125 milhões de pessoas no mundo precisam de assistência humanitária”, sendo que “80% das necessidades humanitárias são causadas por conflitos violentos”.
Eliasson afirmou que “os conflitos atuais não são simplesmente mais severos. Eles são mais complexos e intratáveis’.
O encontro conta com presença de vários ministros de Estado e também do Prêmio Nobel da Paz e ex-presidente do Timor-Leste, José Ramos Horta.
Citando revisões de políticas de segurança, o vice-secretário-geral mencionou três pontos essenciais para deixar as Nações Unidas mais bem preparadas para enfrentar as ameaças de segurança num ambiente global volátil.
Prevenção
Em primeiro lugar, o vice-secretário-geral afirmou que “a prevenção representa a missão central da ONU”.
Em segundo, é preciso ter como alta prioridade a busca de soluções políticas inclusivas e de longo prazo e, por último, não será possível ter sucesso em qualquer ação sem uma sólida parceria.
Eliasson deixou claro que o “desafio é implementar todas essas propostas e agir de forma concreta o mais rápido e eficaz possível”.

Eliasson disse que a ONU está fortalecendo suas parcerias com organizações regionais e sub-regionais. A Comissão das Nações Unidas para a Consolidação da Paz está adotando novos métodos de trabalho e áreas de foco.
Dificuldades
Além disso, houve progresso na implementação do Plano de Ação de sete pontos de Ban Ki-moon sobre resposta de gêneros na consolidação da paz.
Ele falou sobre algumas dificuldades, principalmente no caso da prevenção de conflitos.
O vice-chefe da ONU afirmou que “apesar das conclusões das revisões dos programas e políticas de segurança, não foi possível conseguir apoio nem mesmo para revitalizar as propostas mais modestas na área de prevenção”.
O mesmo acontece em relação ao Fundo para a Consolidação da Paz que não conseguiu dinheiro suficiente para cobrir as operações. Para Eliasson, “a comunidade internacional deve eliminar a lacuna entre retórica e ação”.