ONU alerta para caça ilegal de pássaros no norte de África
Cerca de 2 milhões de aves da espécie toutinegra morrem por ano nas armadilhas colocadas por centenas de quilómetros da costa africana; no Dia Mundial das Aves Migratórias, apelo é para o fim da prática ilegal.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Por ano, mais de 6,2 milhões de pássaros são pegos em armadilhas ilegais colocadas por centenas de quilómetros da costa do norte de África. Essas aves estão exaustas, após terem passado pelo de acasalamento e pelo inverno.
Segundo cálculos das Nações Unidas, pelo menos 2 milhões de pássaros da espécie toutinegra morrem por ano nessas armadilhas na costa africana. O alerta é feito esta terça-feira a marcar o 10 de maio, Dia Mundial das Aves Migratórias.
Força Global
Outro problema enfrentado é o envenenamento por inseticidas e pesticidas, que causa uma alta taxa de mortalidade. Em África, a maioria das espécies de aves está classificada como altamente em perigo.
A Convenção sobre as Espécies Migratórias anunciou a criação da Força Tarefa Intergovernamental sobre Assassinato Ilegal, Caça e Comércio de Aves Migratórias no Mediterrâneo. Participam governos, a Comissão Europeia, a Interpol e agências da ONU como o Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc, e o Programa da ONU sobre o Meio Ambiente, Pnuma.
Obstáculos
Segundo a parceria global BirdLife International, cerca de 25 milhões de pássaros, que incluem espécies ameaçadas, são mortos ilegalmente todos os anos, somente na costa do Mediterrâneo.
O diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner, declarou que “durante longas jornadas, as aves migratórias já enfrentam vários obstáculos, como predatores e o clima”.
Por isso, o chefe da agência destaca que a caça ilegal apenas ameaça ainda mais a sobrevivência dos pássaros e causa impactos nos ecossistemas e nas comunidades.
A nova força tarefa global terá a função de aumentar os esforços para conter os assassinatos ilegais, criar recomendações e planos de ação para impedir a caça. A primeira reunião do grupo será no Cairo, no Egito, entre 12 e 15 de julho.
Leia e Oiça:
FAO: 17% das raças de animais de pecuária estão em risco de extinção
Pnuma quer reduzir morte de pássaros em choques contra janelas de vidro