Óleo de palma manteve preço global dos alimentos em alta em abril
FAO destaca que foi o terceiro mês de aumento consecutivo, após quatro anos de declínio; enquanto seguem as preocupações sobre produção de açúcar, o Brasil teve a segunda maior colheita de cana, mas o uso para o etanol deve cair.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
A agência da ONU para Agricultura e Alimentação, FAO, divulgou nesta quinta-feira o Índice de Preço dos Alimentos de abril, que bateu 151.8 pontos, um aumento de 0,7% em relação a março.
Foi o terceiro aumento consecutivo, após quatro anos de declínio. O índice é uma média global dos preços em vários países de cinco grupos de commodities agrícolas: cereais, oleaginosas, leite e derivados, carne e açúcar.
Brasil
O aumento de abril foi influenciado pelos preços do óleo de palma, enquanto o valor do açúcar foi menor, após forte aumento verificado em março. O índice de preço das oleaginosas subiu 4,1%, devido à expectativa de produção fraca este ano, ao mesmo tempo em que cresce a demanda mundial pelo produto.
Já o índice de preço do açúcar caiu 1,7% em abril, após um aumento dramático de 17% em março. A FAO explica que continuam as preocupações sobre a produção global de açúcar. Mas o principal exportador, o Brasil, teve a segunda maior colheita de cana de açúcar. A agência espera que o país use menos cana para a produção de etanol.
Carne
Sobre a média global de preço dos cereais, que subiu 1,5% em abril devido à cotação do milho, a FAO explica que houve influência do dólar mais fraco. Por outro lado, o preço do arroz caiu, enquanto houve ganhos limitados no mercado de trigo, em meio a expectativas de amplos estoques.
O levantamento informa ainda que os estoques de manteiga e de queijo em grandes exportadores continuam subindo e em abril, o índice de preço de leite e derivados caiu 2,2% na comparação com março. Já a maior demanda dos Estados Unidos por bife australiano levou a um pequeno aumento do índice de carne, de 0,8%.
A FAO também apresentou suas expectativas sobre a produção global de cereais para o ano, que teve ficar a 2,5 bilhões de toneladas, praticamente o mesmo volume de 2015.
Mas os estoques de cereais devem cair bastante em vários países como Brasil, Tailândia, Índia, China, Marrocos, Irã, Argentina e África do Sul.
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