Ébola afetou ganhos económicos da Guiné Conacri nos últimos quatro anos
Crescimento do país sofreu decréscimo de quase seis pontos percentuais; FMI elogia plano de recuperação pós-ébola; melhorias de serviços em áreas como saúde podem impulsionar crescimento a longo prazo.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Os efeitos negativos da epidemia do ébola na Guiné Conacri levaram à queda do Produto Interno Bruto, PIB, do país. A informação foi revelada esta quinta-feira pelo Fundo Monetário Internacional, FMI.
O desempenho anual médio de 1,8%, entre 2012 e 2015, também foi influenciado pela grande incerteza política. Antes da epidemia, o crescimento económico era de 7,6% por ano.
Recuperação
Uma missão do FMI que durante uma semana visitou o país saudou os planos das autoridades para reabilitar o setor da saúde, como parte da estratégia de recuperação pós-ébola.
A Guiné Conacri está na contagem regressiva de 42 dias após ter registado o último caso da doença. O período deverá terminar com a declaração do fim do surto a 31 de maio, se não houver mais casos.
Ganhos na Economia
Os principais ganhos económicos desde 2012 incluem a queda significativa da inflação de 22%, em 2011, para 7,5% no fim de março de 2016. O país eliminou a diferença entre as taxas oficiais e do mercado de câmbio.
O FMI refere, entretanto, que o progresso não impediu a queda acentuada do desempenho económico geral em relação aos níveis previstos em 2012.
Os outros fatores que contribuíram para a performance foram os efeitos negativos da queda dos preços das matérias-primas, além de atrasos na execução de reformas.
Crescimento
Este ano, prevê-se que o país comece a recuperar o crescimento do PIB real, que deve chegar a 3,7%, além de manter a inflação em um dígito.
A médio prazo, o crescimento deve chegar a 4% com o impulso dado pelos projetos de bauxite, a melhoria de serviços básicos que incluem saúde, eletricidade e educação, bem como a forte expansão do setor agrícola.
*Apresentação: Michelle Alves de Lima.