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Pnuma: caça furtiva em África não faz sentido "moral, económico ou político"

Pnuma: caça furtiva em África não faz sentido "moral, económico ou político"

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Agência presenciou queimada de milhares de pontas de marfim e cornos de rinocerontes no Quénia; Moçambique população de elefante caiu em cerca de metade desde 2009;  Angola aclamada pelo impulso contra o comércio de marfim.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Para o Programa das Nações Unidas para o Ambiente, Pnuma, não se pode permitir a continuação da caça furtiva em África por não "fazer sentido moral, económico ou político".

O vice-diretor executivo da agência, Ibrahim Thiaw, falava no Quénia após a destruição de quase todo o stock de marfim e de cornos de rinoceronte do país.

Líderes

O governo queniano queimou 105 toneladas de marfim, de mais de 7 mil elefantes, e 1,35 toneladas de cornos de rinoceronte em cerimónia realizada no Parque Nacional de Nairobi, no sábado.

As testemunhas incluíram os presidentes do Quénia, Uhuru Kenyatta, do Gabão, Ali Bongo, e do Uganda, Yoweri Museveni.  A Administradora do Programa da ONU para o Desenvolvimento, Helen Clark, também participou no evento.

De acordo com o Pnuma, a caça desenfreada foi responsável pela morte de mais de 100 mil elefantes desde 2010. O número equivale a pouco mais de um quinto do total do grupo de animais de toda a África.

Entre 1979 e 1989, a população de elefantes do continente reduziu para metade devido à caça furtiva.

Angola e Moçambique

O evento no Quénia marcou o fim da Cimeira do Clube dos Gigantes que junta líderes políticos, filantropos e apoiantes da conservação. O objetivo da reunião era apelar a um compromisso com vista a combater a caça furtiva.

Dados de 2015 demonstram que nos últimos seis anos o continente africano teve uma queda de 60% na população de elefantes de savana da Tanzânia e metade de animais da espécie em Moçambique.

Em abril, Angola anunciou um grande impulso contra o comércio de marfim. O Pnuma saudou o compromisso do país de fechar um dos maiores mercados domésticos de marfim do mundo e de ter um maior controlo nas suas fronteiras.

Photo Credit
A caça furtiva ameaça ações para recuperar a população de elefantes. Foto: Pnuma