Chefe da ONU saúda retorno do vice-presidente ao Sudão do Sul
Riek Machar estava há dois anos sem pisar na capital, Juba, e voltou esta terça-feira; para Ban Ki-moon, o retorno dele como primeiro vice-presidente do país marca nova fase do acordo de paz.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
Após dois anos sem pisar na capital do Sudão do Sul, o ex-líder rebelde Riek Machar retornou esta terça-feira a Juba. Ele chegou em uma aeronave das Nações Unidas e na sequência, tomou posse como primeiro vice-presidente do país.
Riek Machar afirmou que as prioridades são estabilizar a economia e garantir que os deslocados internos tenham acesso à ajuda.
Nova Fase
A nomeação dele era um dos principais pontos do acordo de paz firmado em fevereiro com o presidente sul-sudanês, Salva Kiir. O secretário-geral da ONU saudou o retorno de Riek Machar a Juba.
Para Ban Ki-moon, a ação marca uma nova fase da implementação do acordo de paz. Ele pede a formação imediata do Governo de Transição de Unidade Nacional.
Ban elogiou os esforços realizados pelo presidente de Botswana, Festus Mogae, e do alto representante da União Africana, o ex-presidente do Mali, Alpha Oumar Konaré.
Apoio
O secretário-geral quer que o Conselho de Segurança trabalhe mobilizando todo o apoio necessário para o processo de paz no Sudão do Sul. Ações do órgão devem ser feitas em conjunto com a Autoridade de Desenvolvimento Intergovernamental e com o Conselho de Paz e Segurança da União Africana.
No mesmo dia em que Riek Machar retornou à capital sul-sudanesa, o Conselho de Segurança realizou uma sessão sobre o país. O subsecretário-geral da ONU para Operações de Paz falou no encontro.
Deslocados
Hervé Ladsous afirma que a situação de segurança no Sudão do Sul continua muito precária. Ele falou sobre várias restrições de movimento enfrentadas pela Missão da ONU no país, Unmiss, e pelos trabalhadores humanitários e pediu que governo e oposição garantam acesso e liberdade de movimento dessas equipes.
O país mais novo do mundo enfrenta conflito civil desde dezembro de 2013. Na época, o então vice-presidente Riek Machar deixou o país e o cargo que ocupava desde a independência, em julho de 2011.
As Nações Unidas calculam que nos últimos dois anos, 2,3 milhões de pessoas abandonaram suas casas devido à violência no Sudão do Sul.
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