ONU recomenda liderança e compromisso para avanço africano
Agendas de desenvolvimento do continente foram destaque de fórum de alto nível realizado nas Nações Unidas; papel feminino considerado catalisador e motor do desenvolvimento.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O vice-secretário-geral da ONU apelou à "liderança sábia e a um espírito de compromisso" para converter os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em planos nacionais e melhorar a vida de milhões de pessoas, incluindo africanos.
Jan Eliasson falava esta quarta-feira no Fórum de Alto Nível "África que Queremos em 2030, 2063 e Além", realizado na sede da organização em Nova Iorque.
Envolvidos
Para o representante, as ambições altas carecem de ação audaciosa e decisiva. Ele afirmou ainda que a expectativa das pessoas em relação aos seus líderes, a todos os níveis, é que estes ajam e sejam responsáveis pelas suas ações.
Eliasson disse que a natureza das duas agendas exige definir prioridades desde o início. Entre elas, destacou o empoderamento das mulheres como "essencial para o trabalho conjunto" com as Nações Unidas.
Desafios
O presidente da Assembleia Geral, Mogens Lykketoft, disse que com a execução dos novos planos "não deve ser esquecido que o mundo emerge de desafios" que incluem crises económicas cujos erros não podem ser repetidos.
Lykketoft disse que deve-se ter em mente que não se está a começar do zero e que praticamente todos os países do continente africano passaram por sucessos e fracassos para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio.
Mulheres e Meninas
O vice-secretário-geral realçou o papel feminino como catalisador e motor do desenvolvimento. Ele afirmou que todos se beneficiariam se fosse dado às mulheres e meninas o seu devido espaço.
Em segundo lugar, frisou que ambas as agendas destacam que é importante acabar com os conflitos e exigem que governos, países das regiões e do mundo concentrem-se nas suas causas profundas e na fragilidade.
Governação
Entre as motivações para as vulnerabilidades sublinhou a pobreza, a desigualdade, a exclusão, as falhas de governação, a falta de trabalho decente e o fluxo de armas.
Em terceiro lugar, Eliasson destacou a necessidade de recursos suficientes, tanto em termos de capacidade como de financiamento. Como revelou, a ajuda ao desenvolvimento vai continuar a ser importante em particular para os países menos desenvolvidos.
O responsável disse haver necessidade de mobilizar melhor os recursos internos através de regimes fiscais mais eficientes e equilibrados apoiados por mais medidas internacionais para combater a evasão fiscal.
Ele destacou também que é preciso conter o fluxo ilícito de milhares de milhões de dólares anuais com origem nos recursos do continente africano.
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