Agricultura é “chave” para paz duradoura na República Centro-Africana
Avaliação é da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO; diretor-geral da agência da ONU e presidente do país discutiram a reconstrução do setor agrícola no país.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, José Graziano da Silva encontrou-se esta segunda-feira com o presidente da República Centro-Africana, Faustin-Archange Touadera.
Eles conversaram sobre a reconstrução do setor de agricultura no país e como torná-lo um motor para paz e desenvolvimento sustentável.
Potencial Agrícola
Graziano da Silva e Touadera discutiram maneiras de impulsionar o “considerável” potencial agrícola da República Centro-Africana e como apoiar famílias de agricultores a melhorar a segurança alimentar, nutrição e fortalecer os meios de subsistência rurais.
Anos de conflito e instabilidade política prejudicaram as atividades agrícolas, das quais cerca de 75% da população do país depende para comida e renda.
Apelo
Aproximadamente 1,3 milhão de pessoas no país africano estão em situação de insegurança alimentar grave.
Em 2016, a FAO está apelando por US$ 86 milhões para prestar assistência a 1,5 milhão de pessoas. A agência da ONU precisa urgentemente de US$ 36,5 milhões para apoiar 550 mil dos agricultores mais vulneráveis durante a próxima temporada de plantio.
Prioridades
O presidente Touadera, que tomou posse no mês passado, fez do impulso à agricultora e à economia rural uma das suas prioridades políticas.
O líder centro-africano agradeceu à FAO o seu contínuo apoio durante a crise e reconheceu os projetos e programas a serem implementados atualmente no país.
Já o chefe da agência da ONU ressaltou que sem segurança alimentar não pode haver paz duradoura e que, sem paz, não é possível haver melhora nesta situação.
Tecnologias
Atualmente, apenas 5% da terra arável na República Centro-Africana é explorada a cada ano e apenas metade do pasto disponível é usado para gado.
Segundo a FAO, é preciso melhorar as tecnologias agrícolas e insumos, incluindo sementes e fertilizantes, mas também fortalecer políticas rurais.
Como exemplo, a agência citou reformas de posse da terra para permitir acesso mais amplo a empregros e a meios de subsistência nesta área.
Resiliência
Durante os últimos três anos de crise, a FAO tem apoiado comunidades vulneráveis afetadas pelo conflito.
A agência também está envolvida em formação e capacitação de profissionais do setor público e organizações não governamentais em diversos setores, incluindo atividades de geração de renda e análise de segurança alimentar.
Leia e Oiça:
Assembleia Geral da ONU proclama Década de Ação para Nutrição
Fome pode acirrar conflitos e estratégias da FAO evitam crises