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Enviada da ONU conta realidade dos menores vítimas dos confrontos no Mali

Enviada da ONU conta realidade dos menores vítimas dos confrontos no Mali

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Representante para Crianças e Conflito Armado fala de dor e choque após visitar vítimas no país africano; relatos incluem episódios de estigma, trauma físico e psicológico.

Eleutério Guevane, da Rádio NU em Nova Iorque.

A representante especial do secretário-geral para Crianças e Conflito Armado abordou medidas a serem tomadas nas áreas de segurança, justiça e serviços na visita que fez até esta segunda-feira ao Mali.

Para Zainab Bangura foi "muito doloroso e chocante" testemunhar a situação dos sobreviventes da violência sexual e a vulnerabilidade a que estão expostas as comunidades.

Grupos Armados

Além de se encontrar com representantes do governo maliano, Bangura falou com integrantes de grupos armados que assinaram o Acordo de Paz.

Ela insistiu para a necessidade de compromissos para "evitar e punir crimes de violência sexual". A maioria dos atos envolve grupos armados, extremistas ou terroristas que operam no Mali.

Violência Sexual

A representante reuniu-se com sobreviventes na área de Timubuktu, no norte, marcada pelo maior número de casos de violência sexual ligada ao conflito.

Segundo ela, as vítimas enfrentam o trauma físico e psicológico devastador devido ao estupro. Estas continuam a sofrer por muito tempo porque os "filhos são expulsos e rejeitados pelos maridos, famílias e comunidades".

Estigma e a Vergonha

Bangura disse que a violência sexual é a única violação dos direitos humanos em que o estigma e a vergonha estão concentrados nas vítimas e não nos autores.

Como mensagem principal davisita, Bangura disse que todos têm um papel a desempenhar para "mudar a realidade inaceitável" e aumentar as consequências desses crimes.

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Zainab Bangura no Conselho de Segurança. Foto: ONU/Cia Pak