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Timor-Leste quer apoio da ONU para fim da disputa marítima com Austrália

Timor-Leste quer apoio da ONU para fim da disputa marítima com Austrália

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Ministro Xanana Gusmão detalha caso que envolve fronteiras marítimas entre os dois países; em entrevista exclusiva, ministro timorense disse que objetivo é o início de negociações; área envolvida tem recursos naturais que incluem o petróleo.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O ministro do Planeamento e Investimento Estratégico de Timor-Leste, Xanana Gusmão, entregou ao secretário-geral da ONU uma carta com vista à aproximação com a Austrália num diálogo sobre a disputa de fronteiras do mar.

Falando esta quarta-feira à Rádio ONU, em Nova Iorque, o representante timorense disse que a meta é definir as fronteiras marítimas permanentes entre os dois países.

Comissão

"É a notificação sobre a conciliação obrigatória. Nós já apresentámos dois árbitros e agora cabe à Austrália apresentar os outros dois e escolher o presidente da que seria denominada Comissão de Conciliação. É o que avançaria este processo para aproximar os dois países. Temos entre um ano ou  um ano e meio desta oportunidade de vermos os dois países sentarem-se, agirem de boa-fé e e observarem a lei internacional. "

Timor-Leste defende que este procedimento é a única forma disponível para que a Austrália sente na mesa negocial.

Países

O governante timorense citou várias recusas de governos australianos desde 1999 para tratar das fronteiras marítimas com Timor-Leste.

"Nossa luta é pela defesa dos direitos países pobres, dos países pequenos. Uma luta que pode refletir-se na Guiné-Bissau e em São Tomé e Príncipe para dar sinal ao mundo de que os países grandes, poderosos, desenvolvidos não podem usar essa capacidade e essa potência para esmagar os países pobres."

A área disputada tem recursos naturais como o petróleo, o maior produto de exportação de Timor-Leste.

O país sustenta a sua reivindicação com a lei internacional e a Convenção das Nações Unidas sobre Legislação Marítima.

Photo Credit
Xanana Gusmão. Foto: ONU/Manuel Elias