Genocídio em Ruanda: coragem dos sobreviventes deve ser inspiração
Afirmação é do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon; Nações Unidas marcam nesta quinta-feira o Dia Internacional de Reflexão sobre o Genocídio em Ruanda; chefe da ONU chama atenção para ameaças na região africana dos Grandes Lagos.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*
Para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, todos deveriam ser inspirados pela coragem dos sobreviventes do genocídio em Ruanda, que demonstraram que "a reconciliação é possível mesmo após uma tragédia".
Esta quinta-feira, 7 de abril, é o Dia Internacional de Reflexão sobre o Genocídio em Ruanda. As Nações Unidas calculam que mais de 800 mil pessoas morreram em 100 dias, em 1994.
Massacre
Sobre as vítimas, o chefe da ONU destaca a grande maioria composta por tutsis, mas menciona os hutus moderados, os twa e outros alvos do massacre.
Ban afirmou que nesta data são recordados os mortos no genocídio e é também "renovada a determinação de evitar que essas atrocidades sejam repetidas" em qualquer parte do mundo.
Em sua mensagem sobre a data, Ban ressaltou ainda "graves ameaças à paz e segurança na região africana dos Grandes Lagos".
Justiça
Para Ban, honrar as vítimas do genocídio em Ruanda também significa trabalhar pela justiça e prestação de contas.
Neste ano, a data é lembrada sob o lema "Combatendo a Ideologia do Genocídio".
Sinais de Alerta
Após afirmar que nenhuma parte do mundo está imune, o secretário-geral indicou que um dos sinais de alerta é a difusão de discursos de ódio em declarações públicas e em meios de comunicação tendo como alvo comunidades específicas.
Para o chefe da ONU, a firmeza de governos, do setor judicial e da sociedade civil contra este tipo de discurso é essencial. Ele recomendou a promoção da inclusão, do diálogo e do Estado de direito para criar sociedades pacíficas e justas.
Sociedade Civil
Em 1995, a ONU criou a iniciativa "O Genocídio de Ruanda e as Nações Unidas" com o objetivo de tomar medidas para mobilizar a sociedade civil a favor das vítimas e promover a educação para evitar futuros atos similares.
Atividades em torno do 7 de abril acontecem em mais de 20 países desde 2004, um ano após a proclamação da data pela Assembleia Geral da ONU. A primeira cerimônia marcou o 10º aniversário do massacre.
No dia 11 de abril, a Assembleia Geral marca a data com uma cerimônia solene. Um dos os destaques do evento será a participação da escritora Frida Unuhoza, sobrevivente do genocídio e autora do livro "Frida: escolhida para morrer, destinada a viver".
*Apresentação: Laura Gelbert.