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Na América Central, violência entre gangues atinge maior pico em 30 anos

Na América Central, violência entre gangues atinge maior pico em 30 anos

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Alerta feito por agência da ONU; confrontos causam deslocamentos de pessoas, que seguem para México, Costa Rica e EUA; no ano passado, quase 3,5 mil pessoas de El Salvador e Honduras buscaram asilo no México.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O número de pessoas que fogem da violência entre gangues na América Central atingiu níveis não vistos nos últimos 30 anos. O alerta está sendo feito pela Agência da ONU para Refugiados, Acnur.

Somente no ano passado, quase 3,5 mil pessoas (a maioria de El Salvador e Honduras) buscaram asilo no México. Isso representa um aumento de 164% desde 2013.

Triângulo Norte

A Costa Rica registrou mais de 2,2 mil pedidos de asilo em 2015, 176% a mais do que há três anos. Muitos civis deixaram a Guatemala e também El Salvador e Honduras, região conhecida como o “Triângulo Norte” na América Central.

Belize, Nicarágua e Panamá são outros países da região que registram aumentos nos pedidos de asilo. Mas os Estados Unidos continuam sendo a nação que mais recebe candidaturas de moradores da América Central, com aumento de 250% desde 2013.

O Acnur considera a situação uma “crise de proteção” e o que mais preocupa é a o aumento de crianças desacompanhadas e de mulheres. Elas fogem das gangues criminosas, que tentam recrutá-las para a exploração sexual. Muitas vítimas sofrem abusos ou são assassinadas.

Violência de gangues, pobreza e desemprego são as principais causas do fluxo de migrantes na América Central. O Acnur observa, por exemplo, que El Salvador tem uma das taxas de homicídio mais altas do mundo.

A agência da ONU pede uma resposta com urgência a essa crise, enquanto trabalha com governos da região para identificar pessoas que fogem da violência e da perseguição no Triângulo Norte e garantir a proteção dos civis, especialmente das crianças.

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Mãe e filha fugiram de El Salvador e vivem atualmente no México. Foto: Acnur/M.Redondo