Perspectiva Global Reportagens Humanas

Ban: “investir na limpeza de minas terrestres é investir na humanidade”

Ban: “investir na limpeza de minas terrestres é investir na humanidade”

Baixar

Explosivos matam 10 pessoas por dia; 40% das vítimas são crianças; em dia internacional, Nações Unidas querem conscientizar sobre o perigo e secretário-geral pede mundo livre desses explosivos.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Quatro de abril é o Dia Internacional para a Conscientização sobre as Minas Terrestres, que matam cerca de 10 pessoas por dia e deixam um número muito maior de feridos. Segundo as Nações Unidas, 40% das vítimas são crianças.

Mas ações são tomadas todos os anos para mudar o quadro: em 2015, por exemplo, foram desativadas minas em 64 km² de territórios. O secretário-geral da ONU lembra que medidas do tipo são essenciais em países em confronto ou no pós-conflito.

Legado

Ban Ki-moon lamenta que conflitos em muitos países estão criando um novo legado para minas terrestres e explosivos improvisados. Ele está especialmente preocupado com explosivos sendo utilizados em áreas povoadas.

Segundo Ban, desativar minas e investir em ações do tipo é investir na humanidade. O secretário-geral lembra que essas medidas criam sociedades pacíficas e ajudam refugiados e deslocados internos a retornar com segurança para suas casas.

Sudão do Sul

A ONU tem várias ações em ambientes de alto risco. No Sudão do Sul, mais de 14 milhões de metros quadrados de territórios ficaram livres das minas terrestres.

Assim, 3 mil km de rodovias do país tornaram-se seguras e foram destruídos 30 mil minas e explosivos remanescentes de guerras. Com isso, foi possível entregar comida e água para os civis que fogem de conflitos.

Mundo Livre

O secretário-geral cita também a Síria como exemplo: desde agosto de 2015, foram destruídos 14 toneladas de explosivos. Mais de 5,4 mil pessoas receberam tratamento para reabilitação física.

Mas os sírios continuam tendo de enfrentar, todos os dias, a ameaça fatal das minas terrestres. Ban Ki-moon pede apoio urgente neste sentido. Ele menciona a Conferência Humanitária Mundial, que ocorre em maio na Turquia.

Um relatório de Ban sobre o evento destaca o “inaceitável impacto das minas e dos explosivos nos civis”. O chefe da ONU lembra que em dezembro, a Assembleia Geral aprovou uma resolução sobre a necessidade da ação contra as minas continuar no topo da agenda internacional, especialmente durante crises humanitárias.

Leia Mais:

Acnur alerta que situação humanitária é catastrófica em partes do Iêmen

Mais de 250 mil crianças afetadas pelo conflito na Colômbia desde 2013

 Mais de três milhões de ucranianos vivem em zonas de conflito

Photo Credit
Limpeza de minas no Sudão do Sul. Foto: ONU/JC McIlwaine