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OIM ajuda centenas de migrantes a deixar o Iémen devido ao conflito

OIM ajuda centenas de migrantes a deixar o Iémen devido ao conflito

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Cerca de 1,2 mil cidadãos do país do Corno de África devem beneficiar de nova iniciativa da agência parceira da ONU; etíopes compõem quase nove em cada 10 migrantes que chegaram ao território iemenita em 2015.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

Pelo menos 485 etíopes foram retirados do Iémen durante o primeiro ano do conflito no país árabe numa operação apoiada pela Organização Internacional para Migrações, OIM.

O grupo inclui 101 crianças desacompanhadas da que é tida como a maior comunidade migrante em território iemenita. Os etíopes correspondem a 89% dos 92 mil estrangeiros que chegaram ao Iémen no ano passado.

Fundos de Doadores

Esta terça-feira, a agência anunciou uma nova operação de repatriamento com fundos de doadores envolvendo mais de 1,2 mil cidadãos do país do Corno de África. A partida será do porto iemenita de Hodeidah para o Djibuti. A viagem final para a Etiópia será feita de autocarro.

Em 2015, a agência interrompeu o repatriamento voluntário de etíopes por falta de fundos. De acordo com a OIM,  mais de 4,2 mil cidadãos retornaram ao país nos últimos anos.

Tortura

Os migrantes relataram situações de desespero que envolvem atos de violência dos contrabandistas, aliciamento com falsas promessas de emprego e tortura.

Um deles, de 25 anos, foi testemunha de um episódio onde foram retirados os olhos de um dos viajantes que seguia para o Iémen.

As outras situações frequentes são espancamentos, castigos de pessoas após pedido de pagamento de caução ou violação de mulheres. A OIM  abrigou várias pessoas após terem sido retidas por sequestradores no Iémen.

A agência citou o Ministério das Relações Exteriores da Etiópia a destacar que os relatos dos migrantes sublinham uma maior necessidade de reforçar a luta contra o tráfico humano e os contrabandistas.

*Apresentação: Michelle Alves de Lima.

Photo Credit
Migrantes etíopes retirados do Iémen pela OIM. Foto: OIM 2015 (arquivo)