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OMS busca soluções para alcançar mais carenciados no Iémen

OMS busca soluções para alcançar mais carenciados no Iémen

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Um terço dos necessitados vive em áreas inacessíveis devido ao conflito; barcos e animais substituíram estradas impedidas para transportar material urgente; agência teve 6% dos fundos que precisa para prestar auxílio em 2016.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque. 

A Organização Mundial da Saúde, OMS, disse ter enviado 450 toneladas de medicamentos em 12 meses marcados pelo agravamento dos confrontos no Iémen.

Em nota, o diretor regional da agência para o Mediterrâneo Oriental relatou o que chamou de "vastas necessidades de saúde" no país, ao descrever que "não é tarefa fácil operar num contexto de conflito ". Mais de 6,2 mil pessoas morreram e 30 mil ficaram feridas desde março de 2015.

Estradas Bloqueadas

Ala Alwan citou a busca de soluções para alcançar pessoas carenciadas como o envio de medicamentos e de suprimentos essenciais por barco, uma vez que as estradas estão bloqueadas.

Por vezes, o transporte de água potável para as unidades de saúde era feito por meio de animais por causa da falta de combustível.

Os confrontos entram para o segundo ano e a agência destaca haver mais de um terço, dos 21 milhões de necessitados, a viver em áreas inacessíveis ou de difícil acesso. Cerca de 82% da população iemenita precisa de ajuda.

Financiamento Limitado

Alwan expressou "extrema preocupação" com o financiamento limitado para o setor da saúde, que até agora recebeu 6% do que precisa para funcionar este ano.  Cerca de uma em cada 10 pessoas vive como deslocada no Iémen.

A OMS revela que mesmo antes do conflito o sistema de saúde enfrentava desafios que pioraram com a violência. Cerca de 19 milhões de pessoas não têm acesso a água potável e saneamento e estão expostas a doenças infecciosas como dengue, malária e cólera.

Crianças

Um total de 14 milhões de iemenitas precisam de serviços de saúde urgentes, incluindo mais de 2 milhões de crianças gravemente desnutridas e mulheres grávidas ou lactantes que precisam de tratamento.

Um quarto das instalações sanitárias não opera devido a danos ou à escassez de pessoal, de medicamentos e de outros recursos. O apoio da OMS foi com cuidados primários de saúde que incluem serviços de saúde mental, equipas médicas, clínicas móveis e mais de 150 milhão frascos de insulina.

A agência esteve igualmente envolvida na imunização de 5 milhões de crianças com menos de cinco anos contra a poliomielite e a outros 2,4 milhões de menores da mesma faixa contra o sarampo e a rubéola.

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Photo Credit
OCHA/Philippe Kropf