No Iraque, Ban apela à reconciliação para derrotar o Isil
Secretário-geral realiza oitava visita o país acompanhado pelos presidentes do Banco Mundial e do Banco Islâmico de Desenvolvimento; Mais de 7,5 mil pessoas morreram em atos de terrorismo, violência e conflito armado em 2015.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O secretário-geral das Nações Unidas disse este sábado que a reconciliação no Iraque é uma parte importante da estratégia para derrotar o autoproclamado Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil, localmente conhecido por Daesh.
Ban Ki-moon disse que o grupo explorou as divisões no país de forma impiedosa e o seu grupo-alvo foram os marginalizados e desfavorecidos.
Identidade e Unidade
No seu discurso, em Bagdad, o chefe da ONU declarou que o Daesh tenta erradicar a identidade e a unidade do Iraque e do seu povo.
Ele lembrou que cerca de 3,5 mil mulheres, principalmente da etnia yazidi, continuam a ser escravizadas e submetidas a violações todos os dias.
O apelo aos políticos, à sociedade civil, aos líderes tribais e aos representantes comunitários é que trabalhem em conjunto para a paz e a prosperidade inclusiva.
Apoio Internacional
Na sua oitava visita ao Iraque, Ban é acompanhado pelo presidente do Banco Mundial, Jim Young Kim, e o presidente do Banco Islâmico de Desenvolvimento Ahmad Mohamed Ali.
O chefe da ONU prometeu mais apoio da comunidade internacional para o país, ao reconhecer que este enfrenta enormes desafios económicos que incluem a queda dos preços do petróleo, as ineficiências e a corrupção.
Ban falou no Parlamento, manteve conversações com membros do governo incluindo o primeiro-ministro Haider al-Abadi e visitou Erbil, a capital da região curda do Iraque.
Recuperação

O Iraque tem 10 milhões de pessoas que precisam de alguma forma de assistência humanitária e 3,3 milhões de deslocados internos.
Terrorismo, Violência e Conflito
Ban observou que o Iraque é uma das nações que registam mais mortes de civis no mundo. No ano passado, mais de 7,5 mil pessoas perderam a vida em atos de terrorismo, violência e conflito armado.
Para lidar com os desafios, o chefe da ONU disse devem ser abordadas as causas profundas do conflito, garantir a justiça e a igualdade para todos num Estado inclusivo baseado na democracia, na supremacia da lei e nos direitos humanos.
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