Radovan Karadzic condenado a 40 anos de prisão por crimes na ex-Jugoslávia
Antigo líder servo-bósnio é a figura política de mais alto escalão condenada no caso de tribunal criado pela ONU; alto comissário para os Direitos Humanos considera veredito muito significativo.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia condenou esta quinta-feira o antigo líder servo-bósnio Radovan Karadzic a 40 anos de prisão por genocídio, crimes contra a humanidade e violações de leis e costumes de guerra.
No caso relacionado ao conflito ocorrido na Bósnia entre 1992 e 1995, os juízes do órgão sustentam que o fundador da “Republika Srpska” esteve envolvido no massacre de Srebrenica e no cerco de Sarajevo. Mais de 100 pessoas morreram e 2 milhões foram deslocadas.
Prestação de Contas
Ao reagir ao veredicto, o alto comissário para os Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, classificou como "muito significativo".
Para Zeid, 21 anos depois de Karadzic ter sido indiciado a decisão é uma manifestação enérgica de compromisso implacável da comunidade internacional com vista à prestação de contas.
Destruição e Pilhagem
O alto comissário descreve Karadzic como "planeador do confinamento, estupro, tortura e assassinato de milhares de pessoas, do bombardeio de civis. do cerco de Sarajevo e da extensa destruição e pilhagem de propriedades, incluindo locais de culto católicos e muçulmanos".
Para Zeid, o julgamento é "simbolicamente poderoso, sobretudo para as vítimas dos crimes cometidos durante as guerras na Bósnia-Herzegovina e em toda a ex-Jugoslávia, mas também para de todo o mundo".
No julgamento, considerado um dos mais importantes desde a Segunda Guerra Mundial, Karadzic é a figura política de mais alto escalão sobre o colapso da Jugoslávia. Ele negou as acusações.
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