Partes em conflito no Iémen concordam em cessar-fogo a partir de 10 de abril
Medida inicia uma semana antes do início de negociações de paz no Kuwait; mediador da ONU busca apoio para garantir o funcionamento das principais instituições do Estado.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
As partes envolvidas no conflito do Iémen concordaram em suspender as hostilidades em todo o país. A medida começa à meia-noite de 10 de abril, uma semana antes do início das negociações de paz no Kuwait.
O anúncio foi feito em Nova Iorque, pelo representante especial do secretário-geral da ONU no país. Para Ismail Ould Cheikh Ahmed, a decisão marca o culminar de "extensas" consultas com líderes iemenitas e parceiros regionais.
Reconciliação
O enviado lembrou que tem enfatizado que apenas uma solução política e um processo de paz inclusivo vão assegurar um futuro pacífico e de reconciliação no país árabe.
De acordo com a ONU, dezenas de milhares de iemenitas foram mortos ou feridos durante um ano de confrontos. O exército é apoiado por uma coligação internacional liderada pela Arábia Saudita para combater os rebeldes Houthis.
Uma em cada 10 pessoas vive como deslocada e quase toda a população iemenita precisa de ajuda urgente.
Diálogo
Ould Cheikh Ahmed revelou que as negociações que arrancam a 18 de abril visam um acordo abrangente para acabar com o conflito e permitir a retomada do diálogo político inclusivo, de acordo com várias resoluções da ONU.
Como destacou, as negociações face a face fornecerão um mecanismo para o "retorno a uma transição pacífica e ordenada, tendo como base a iniciativa do Conselho de Cooperação do Golfo e os resultados do diálogo nacional".
Lista de Prioridades
A retirada das milícias e dos grupos armados é o primeiro ponto da lista de prioridades nas negociações de paz.
Os outros são entrega de armas pesadas ao Estado, medidas de segurança provisórias, restauração das instituições do Estado e retomada do diálogo político inclusivo além da criação de uma comissão sobre presos e detidos.
O enviado convidou às partes a apresentar documentos sobre cada um dos temas até 3 de abril.
Ould Cheikh Ahmed revelou que tem procurado acordos para preservar o funcionamento das instituições do Estado essenciais, como o Banco Central, para ajudar o Iémen a preservar a estabilidade económica durante a crise.
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