Perspectiva Global Reportagens Humanas

Agências querem mais apoio, um ano após agravamento do conflito no Iémen

Agências querem mais apoio, um ano após agravamento do conflito no Iémen

Baixar

Mais de 6,4 mil pessoas morreram e 30 mil ficaram feridas até meados de março; Acnur aponta áreas com situação humanitária virtualmente catastrófica; PMA gasta US$ 38 milhões por mês para a entrega de alimentos aos iemenitas.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, afirmou que um ano após o conflito no Iémen a situação humanitária é extremamente difícil e que em algumas áreas chega a ser "virtualmente catastrófica".

O chefe da agência no país árabe, Johannes van der Klaauw, disse que quatro em cada cinco iemenitas precisam de algum tipo de ajuda que inclui alimentos, água potável, saúde e abrigo.

Saúde

A instabilidade política teve início em 2011, mas veio a agravar-se com combates entre as forças leais ao então presidente Abdrabbuh Mansour Hadi e rebeldes Houthis que levaram o líder a abandonar a capital Sanaa.

Em finais de março de 2015, uma coligação liderada pela Arábia Saudita apoiou as autoridades.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, revelou que o setor sanitário foi fortemente prejudicado até o passado 15 de março. Um quarto das instalações fechou e as que operam funcionam abaixo do nível normal, com limitações na oferta de serviços devido à insegurança.

Dados recolhidos em unidades de saúde iemenitas indicam que o conflito provocou 6.408 mortos e 30.193 feridos.

O acesso a medicamentos para doenças crónicas como diabetes, hipertensão e problemas do coração também é muito limitado.

Bombas de Fragmentação

As minas antipessoais também são consideradas uma preocupação grave, aliada à "contaminação considerável e crescente por bombas de fragmentação que afetam diretamente várias áreas povoadas por civis ".

De acordo com o Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud, há relatos de uso extensivo desses explosivos pelos principais envolvidos no conflito e pelos vários grupos insurgentes.

O Programa Mundial de Alimentação, PMA, pediu mais fundos aos doadores porque precisa estender o apoio para além dos atuais 3 milhões de beneficiários mensais dos seus suprimentos.

Em 30 dias, os gastos para a operação chegam a US$ 38 milhões e as limitações levaram a um corte para 75% das rações distribuídas aos iemenitas.

*Apresentação: Denise Costa.

Photo Credit
Distribuição de ajuda humanitária no Iémen. Foto: OMS Iémen