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Cabo Verde é um “exemplo de democracia institucionalizada”

Cabo Verde é um “exemplo de democracia institucionalizada”

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Afirmação foi feita pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, em entrevista à Rádio ONU; Augusto Santos Silva disse que seu país tem relações excecionalmente boas com a nação africana.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, afirmou que “Cabo Verde é um exemplo para toda a África de uma democracia completamente institucionalizada”.

Em entrevista à Rádio ONU, o chefe da diplomacia portuguesa disse que o seu país tem “uma relação excecionalmente boa com a nação africana”.

Natural

“A alternância política em Cabo Verde é um facto natural. Há 15 anos de governo maioritário do Paicv, segue-se agora um novo governo formado até agora pelo partido da oposição. Isso é o mais natural que existe na democracia. O governo português terá com o novo governo cabo-verdiano a mesma, repito, a mesma relação, ótima, que teve com os governos do Paicv e antes deles com os governos de outros partidos cabo-verdianos.”

O ministro falou também sobre algumas vantagens da divisão do mandato na liderança da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, entre Portugal e São Tomé e Príncipe.

“Em primeiro lugar, tem a vantagem exatamente do consenso. A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa tem com regra decisão o consenso. Só se pode tomar decisões por consenso. Não há maiorias nem minorias, há nove países que consertam posições. Assim tem sido e assim vai continuar a ser.”

Presidência Rotativa

Santos Silva disse que essa decisão “buscou evitar uma circunstância que o acaso iria provocar”. Ele explicou que a presidência da comunidade é exercida de forma rotativa por dois anos.

Segundo o ministro, “o Brasil vai ocupar o cargo pelo próximo biénio. Se Portugal tivesse agora a secretaria executiva, significaria que pela primeira vez na história da Cplp, nenhum país africano teria cargos de responsabilidade”.

O líder português afirmou que “essa troca entre Portugal e São Tomé e Príncipe permite que essa constante da história da Cplp, sempre um país africano de língua portuguesa teve cargos de responsabilidade na organização, se mantenha”.

Photo Credit
Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, nos estúdios da Rádio ONU. Foto: Rádio ONU.