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Banco Mundial dá impulso à produção de mel no sertão pernambucano

Banco Mundial dá impulso à produção de mel no sertão pernambucano

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Programa vai beneficiar 4 mil famílias; associação de apicultores vai modernizar produção de mel e derivados.

Mariana Ceratti, do Banco Mundial em Brasília para a Rádio ONU

O Banco Mundial e o Governo de Pernambuco apoiam a apicultura em uma das zonas mais secas do estado: Carnaíba, a 410 quilômetros do Recife.

Por meio do Programa Prorural, que beneficia 4 mil famílias, a Associação de Apicultores de Carnaíba e Região conseguirá modernizar a produção de mel e derivados. E, com isso, se tornará apta a conseguir o Selo de Inspeção Federal, SIF, que permitirá ao grupo vender em todo o país.

Seca

Formado em 2007, o grupo reúne 50 sócios, que cuidam de mil colmeias. Cada uma apresenta de 60 mil a 120 mil abelhas nativas e africanas e mesmo depois de cinco anos de seca, as abelhas seguem trabalhando. Quando não há flores suficientes para as abelhas polinizarem, os apicultores instalam nas árvores garrafinhas com uma mistura de mel e água limpa.

O presidente da associação, Luiz Alves Siqueira, conta que foram produzidas 8,5 toneladas de mel em 2015. Para ele, o apoio do Prorural foi importante na aquisição de uma série de equipamentos.

“Tipo a seladora, a balança, o compressor para a máquina de sachê, uma grande quantidade de equipamentos de que ainda estamos carentes. Então, a gente vai ficar no ponto para mandar mel para o estado todo e, se Deus quiser, para o Brasil e para o mundo.”

Meio Ambiente

Além de cuidar das abelhas e produzir mel, cera e própolis, o grupo de Carnaíba se dedica a estudar e entender cada vez melhor o meio ambiente. No centro de formação de apicultores da sede da associação, os jovens aprendem não só as etapas da produção do mel, mas também a importância de preservar a caatinga.

“Se você for analisar direitinho o que é a abelha, não só a africana, não só a italiana, mas principalmente a abelha nativa, a gente está ligado diretamente a elas porque, se não fossem elas, não haveria alimento”.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, dos 100 cultivos que proveem 90% dos alimentos no mundo, 71 são polinizados por abelhas. Também segundo a FAO e outras entidades, os insetos estão entre as espécies mais ameaçadas pelo aquecimento global.

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Apicultores de Carnaiba, Pernambuco. Foto: Banco Mundial