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No Conselho de Segurança, Ban defende diálogo político inclusivo no Burundi

No Conselho de Segurança, Ban defende diálogo político inclusivo no Burundi

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Secretário-geral falou ao órgão sobre sua recente visita ao país africano e afirmou que as Nações Unidas vão continuar a trabalhar com o governo para garantir que sejam tomados mais passos concretos para melhorar a situação de direitos humanos no país.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas reuniu-se esta sexta-feira sobre o Burundi. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, falou sobre sua recente visita ao país quando fez um apelo a todas as partes que se comprometam a um “diálogo político inclusivo como a única forma de resolver a crise de forma pacífica”.

O chefe da ONU afirmou que antes de sua visita, o governo anunciou a anulação dos mandados de prisão contra 15 indivíduos da oposição e decidiu reabrir dois veículos de imprensa que haviam sido banidos.

Presos Políticos

Ban também citou que após sua reunião com o presidente Pierre Nkurunziza, o líder burundes concordou em soltar até 2 mil detentos.

O secretário-geral disse esperar a “plena implementação dessas medidas e passos adicionais na mesma direção, incluindo a libertação de todos os presos políticos e o fim às restrições sobre a sociedade civil e as organizações dos media”.

Direitos Fundamentais

Segundo o chefe da ONU, os líderes políticos do Burundi “devem reunir a coragem e a confiança necessárias para lançar um processo político convincente e construir um futuro onde as pessoas no país possam mais uma vez viver em paz e desfrutar seus direitos fundamentais”.

Ele disse ainda que a Comunidade de África Oriental, a União Africana e as Nações Unidas devem trabalhar juntas para fornecer o apoio que o Burundi merece e precisa durante este momento “desafiador”.

Violência

Ban afirmou que, durante sua visita, destacou sua “profunda preocupação com a situação volátil no país”. Ele apelou ao governo para que tome medidas para abordar a contínua violência e a impunidade que a alimenta.

Em reuniões com organizações da sociedade civil, o secretário-geral afirmou ter ouvido “alegações perturbadoras” de violência e violações dos direitos humanos, incluindo aquelas que tem como alvo mulheres e crianças.

“Situação Inaceitável”

O chefe da ONU declarou: “esta é claramente uma situação inaceitável, que requer maior atenção para garantir que os responsáveis prestem contas por seus atos”.

Ele alertou ainda para as “profundas consequências humanitárias que a instabilidade política, a violência e a impunidade levam para a população”.

Segundo Ban, avaliações recentes sugerem que as colheitas em áreas afetadas pela crise foram prejudicadas e cerca de 700 mil pessoas estão em situação de insegurança alimentar grave no Burundi”.

Passos Concretos

Desde o início da crise, mais de 250 mil pessoas fugiram do país e buscaram refúgio nas nações vizinhas.

Ban afirmou ainda que as Nações Unidas vão continuar a trabalhar com o governo para garantir que sejam tomados mais passos concretos para melhorar a situação de direitos humanos no país e que todos os atores estejam dispostos a se envolver de boa-fé em um diálogo político inclusivo.

Ele disse ainda que a comunidade internacional deve mudar sua abordagem de um

foco na resposta a crises para uma cultura de ação precoce e prevenção.

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Photo Credit
Ban Ki-moon. Foto: ONU/Evan Schneider