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ONU condena assassinatos de civis em bombardeios no Iêmen

ONU condena assassinatos de civis em bombardeios no Iêmen

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Chefe do escritório de Direitos Humanos afirmou que os ataques desta semana mataram pelo menos 106 pessoas em um mercado no noroeste do país; Zeid Al Hussein disse que a força de coalizão não está fazendo o suficiente para evitar essas ações.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, condenou os assassinatos de civis em bombardeios ocorridos esta semana no Iêmen.

Segundo Zeid, o ataque de terça-feira foi o pior desde o início do conflito há um ano e causou a morte de pelo menos 106 pessoas no mercado de Al Khamees, no noroeste do país.

Fracasso

Ele criticou o fracasso das forças de coalizão para adotar medidas eficazes para impedir a ocorrência dessas ações, assim como divulgar de forma transparente e independente os resultados das investigações feitas até agora sobre outros ataques que já aconteceram.

Zeid disse que esse foi o segundo bombardeio nos últimos três meses. O primeiro ocorreu em fevereiro num mercado em Sanaa, a capital do país. Pelo menos 39 pessoas morreram, incluindo nove crianças.

Uma equipe de direitos humanos foi até o local do último bombardeio, no Estado de Hajja, e disse que pelo menos 24 crianças estão entre os mortos.

O mercado de Al Khamees é um área de comércio usada por 15 vilarejos da região e no momento do ataque, na parte da tarde, estava lotado.

Responsável

Desde o início da crise no Iêmen, o escritório de Direitos Humanos da ONU disse que 3,2 mil pessoas morreram e 5,7 mil ficaram feridas entre março de 2015 e março deste ano.

Zeid Al Hussein declarou que a força de coalizão é responsável pelo dobro das mortes de civis comparado com todos os outros grupos envolvidos no conflito.

O alto comissário disse que a coalizão atacou mercados, hospitais, clínicas, escolas, fábricas e festas de casamento, como também centenas de residências por todo o país.

Segundo ele, “a distinção entre alvos militares legítimos e civis, que estão protegidos pela lei internacional, é no mínimo inadequado”.

Photo Credit
A cidade de Sa’ada, no Iêmen, tem sido fortemente atingida por bombardeios aéreos. Foto: Ocha/Philippe Kropf