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Portugal lança campanha contra a mutilação genital feminina

Portugal lança campanha contra a mutilação genital feminina

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Iniciativa inaugurada no aeroporto de Lisboa; informação foi destacada à Rádio ONU pela secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade do país, Catarina Marcelino, que participa dos debates da CSW.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Portugal lança essa sexta-feira, no aeroporto de Lisboa, uma campanha relacionada à mutilação genital feminina.

A informação foi dada à Rádio ONU pela secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade do país, Catarina Marcelino,  que participou, em Nova Iorque, da 60ª sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, CSW.

Guiné-Bissau

Ela explicou os detalhes da campanha que tem em vista combater a prática, criminosa no país.

“Nós trabalhamos em Portugal na área da mutilação genital feminina muito com a comunidade guineense, temos um trabalho em proximidade com a embaixada da Guiné-Bissau em Portugal, e estamos nesse momento a trabalhar em conjunto com uma espécie de frente comum contra a mutilação genital feminina. Na sexta-feira, vamos lançar uma campanha no aeroporto de Lisboa de informação para os voos que partem para a África. Em Portugal, o crime da mutilação genital feminina é crime público desde o verão do ano passado, quer praticado em Portugal ou fora do país.”

A secretária de Estado portuguesa mencionou que a campanha é realizada em conjunto com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, com as ONGs que estão no terreno e com a embaixada.

Desenvolvimento Sustentável

Na entrevista, Catarina Marcelino abordou ainda a questão do empoderamento da mulher e sua ligação com o desenvolvimento sustentável, tema da sessão deste ano da CSW.

“Eu acho que nós estamos aqui a viver um momento, e essa reunião é um marco, um momento que pode ser decisivo do ponto de vista dos resultados da igualdade e do empoderamento das mulheres nos próximos 15 anos.  Eu acho que cada vez que nos estabelecemos esses prazos, nós não podemos desperciçá-lo, há muito a fazer. E eu julgo que os ODS tem uma característica muito importante que não poder ser desperdiçada. É que através dos ODS nós podemos fazer mudanças estruturais. E nós só podemos empoderar verdadeiramente as mulheres no mundo se as mudanças forem estruturais, se não forem apenas mudanças de circustância. E os ODS permitem isso.”

A secretária também mencionou que haverá uma reunião interministerial da Comunidade de Países de Língua Portugesa, Cplp, na área de igualdade de género. O encontro decorrerá em maio, no Timor-Leste.

Photo Credit
60ª sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher na seda da ONU em Nova Iorque. Foto: ONU Mulheres/Ryan Brown