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Conversas sobre a Síria recomeçam e enviado diz ser “a hora da verdade”

Conversas sobre a Síria recomeçam e enviado diz ser “a hora da verdade”

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Staffan de Mistura reconhece que existe ainda muita distância entre os lados em conflito; guerra está completando cinco anos; se reuniões em Genebra falharem, representante da ONU declara que Rússia, EUA e Conselho de Segurança serão envolvidos.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Foram retomadas nesta segunda-feira as conversações que buscam acabar com a guerra na Síria, que está completando cinco anos. Quem faz a mediação dos debates é o enviado da ONU para o país.

Em Genebra, Staffan de Mistura reconheceu que ainda existe muita distância entre os lados em confronto, mas insistiu que não existe nenhuma alternativa às discussões que estão em andamento.

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Segundo ele, muitos tentarão atrapalhar os esforços, mas lembrou que agora é “a hora da verdade”. Após cinco anos de conflito e mais de 250 mil pessoas mortas, o enviado da ONU continua ciente sobre aqueles que querem impedir o alcance da paz.

O objetivo de Staffan de Mistura é fazer três rodadas de conversações, sendo que esta primeira deverá acabar no dia 24. Depois, será feita uma pausa de 10 dias antes dos trabalhos recomeçarem.

Sem Alternativa

Para as “conversas de proximidade” serem realizadas (com De Mistura mediando o diálogo entre os lados em confronto), o enviado quer um “mapa claro, ou até mesmo um acordo” sobre o futuro da Síria.

Acabar com o conflito depende também do apoio de parceiros internacionais. Segundo De Mistura, não “existe Plano B” às conversas, com a chance da guerra voltar ainda pior.

Se ele notar que os lados não estão dispostos a negociar, a questão será levada à Rússia, aos Estados Unidos e ao Conselho de Segurança da ONU.

Decisão do Povo

Um dos pontos que governo e oposição precisam discutir é sobre o futuro político, ou seja, quem irá governar o país quando o conflito acabar. Segundo De Mistura, uma resolução do Conselho de Segurança traz indicações claras sobre a transição política.

O enviado da ONU lembrou que cabe ao povo sírio votar e eleger os políticos, mas a comunidade internacional precisa ajudá-los.

Staffan de Mistura explicou que as Nações Unidas estão mediando o debate, mas os “pacificadores de verdade” são aqueles que querem essas conversas: o Grupo Internacional de Apoio à Síria, o Conselho de Segurança e ele espera também que os partidos sírios queiram a paz.

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O enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura. Foto: ONU/Anne-Laure Lechat